- 5 - "Vinte e Nove Poemas"

Ficávamos pela manhã os ombros eram brancos e tínhamos a curiosidade de entender o tempo que passa em cada hora como a morte era na manhã um intervalo ente a língua e os lábios um intervalo no desejo e o vento cindindo o nosso rosto talvez a alegria das aves no sul dos olhos no sul outra manhã a luz no ínício do que vai mais longe do que os dedos desenhando o horizonte e depois ficava a marca no lugar dos corpos o areal da cor da espuma a cintilação de outros dias eis as árvores a neblina límpida do silêncio ninguém ninguém saberá das sombras que foram só os traços no lugar dos corpos o enlace dos dedos os nossos ombros por dentro fosse a luz ou a manhã o que vai o que vai.