Indignação padrão
Atendimento padrão?
Para quem?
Existe o padronizado?
Sem defeitos?
Para que?
Não somos seres humanos?
Padrão com perfeição?
Perfeição em que?
Não há diferença na desigualdade?
Somos desiguais, mas não temos os mesmos "padrões" de dignidade?
Ao Diabo com esse "padrão"
Somos diferentes e pronto.
Que se dane a perfeição
Cansei dessa hipocrisia que pode ser jogada aos ventos quando o dinheiro está no meio
Não me interessa quem faz o GOL
Ou ficou TAM TAM
Quero a humanidade de volta
Grito pela união, pelo fim da opressão e do descaso do opressor, por vezes, oprimido.
Desejo saber quem é que pode e quem não pode
Acuso o direito de saber.
Nada mais do que a verdade
Assim, talvez possa caminhar na tranqulidade
Sabendo - pelo menos - o lugar que ocupo no quintal sujo dessa sociedade sem o mínimo de vergonha e zêlo
Quem pode ficar na AZUL, ou tem de ir a pé. É isso que quero saber:
Quero ter ciência de quem inventou o "padrão" e passou por cima desse monte de papel furado que é nossa Constituição
Esse documento que só serve para alguns
O nosso "padrão" é o da distinção
Pobre, negro e esteticamente feio está é fudido
Está fora da perfeição
Distante do cenário global
Merece é ficar atrás na fila
Esperar o outro que tem e pode mais
E, sem meias palavras, é o que se tem que dita o que se consegue
Me enoja esse discurso poético da igualdade e da perfeição.
Essa coisa chamada "procedimento padrão"
Repito, o "padrão é para quem... pode"
Inclusive, o de se achar acima dos "padrões naturais"
E o cravo e o chicote da fala amarga é para quem ainda necessita de pão, cuidado e do mesmo Estado que se diz de Direito
Que vão para o inferno os procedimentos que buscam a perfeição:
A mulher que deve ser uma boneca e boa de cama e cozinha
Que a vida é coisa de viver como uma fantasia e não como uma luta cotidiana
A família que deve ser perfeita e sem conflitos
Com filhos "normais" e maravilhosos
Que devemos ser príncipes ao invés de ratos e sapos
Esquecemos de vez nossa condição de humanos
Pelo amor de Deus!
Minha mãe não é perfeita, está fora dos "padrões" impostos e a amo sem esforço
Venero meu pai com todas as suas imperfeições.
Paulo, um discípulo antes recalcitrante, disse que o Perfeito é Deus
Ponto final: "não somos deuses", nem "quase deuses"
Criamos padrões para os que não tem condições de tê-los
e elas estão ostensivamente presentes nos oprimidos
os que tem sede, fome, necessidade de justiça e paz.
Exigimos perfeição na diferença, na diversidade...
E descaradamente não oferecemos as mínimas condições para isso
e nem levamos em consideração as imprevisibilidades, próprias da vida.
Enganamos Deus
e é no negro, no pobre, no feio e no deficiente que cicatrizamos nossa doce incapacidade
A honestidade é essa: sem padrões para os que tem menos
Com poucas palavras: padrão e perfeição são os caminhos para a exclusão,
a humilhação
a discriminação
O desrespeito
A desumanidade
e o fim da crença de que o ser humano deu certo.