O mundo fora do mapa
Vento, jazz e melodia, e essa improvisação que eu não sei o que nem aonde acontece. Faz nossa mente viajar. São duzentos corações, a boca que seca e o estômago em contrações. O motor do ônibus bombando a gasolina do motor, o asfalto que fica para trás, a poeira, a estrada, o destino. Só as nuvens nos acompanhando, além de uma excitação qualquer olhando a paisagem, vontade de tocar todos os campos e beber toda água do mundo. Esse grito de liberdade preso nas gargantas, nas penas dos pássaros e nas solas gastas e sujas dos sapatos caminhantes. É o que nos move. A esperança de chegar em terras mais férteis, em terra de gente mais honestas, ou simplesmente diferentes. Essa tola esperança de mudar de vida, ou de simplesmente arar uma terra com as próprias mãos, sabendo o que está plantando. O canto dos pássaros num frenético jazz norte-americano, sobre a batida incansável dos pneus faz a trilha sonora da viajem. O descobrimento. As américas, as ilhas, o ocidente. Temos o mundo, não só no mapa.