Noite de Insônia
Depois de horas na cama, virando sem parar
Cheguei a conclusão que essa insônia brava
era só pretexto, manha de meus versos travessos
Que de forma alguma queriam se calar.
Ah! Noite criança
Sei que queres a todo custo comigo cirandar
E a lua toda dengosa espia atrevida pela fresta
da janela entreaberta
Como és curiosa lua minha
Queres saber se hoje terá poesia pelo ar?
Que sina!
Tento a todo custo meus pensamentos desviar
para meu repouso poder continuar
Mas logo uma gata no cio mia preguiçosa
Até a coruja começa a piar
Em seguida o sino da matriz volta a tocar
os acordes que tanto gosto de escutar
para de minha infância logo me lembrar.
E o vento que meus versos espalha
já avisa que chegou com seu sussurro febril
nesta noite de outono, mas meio primaveril.
Não me contenho e sorrio sentindo-me vencida
pela noite convidativa e pela minha amiga poesia.
(Piracicaba/SP - 10/04/2004)