As palavras ficaram todas ali, perdidas, impregnadas de silêncios
Grudadas nestas paredes mudas e agarradas aos pensamentos
Em tudo que limpei ontem, muito sujo por fora e por dentro
Matei uns versos antes de nascerem, pus uns poemas para correr
Cotejei todos os inúteis olhares, não pude mais ver o que olhar
Para onde voltar que não seja a pura desolação inquieta e dura
Às vezes ando só. E vou tentando entender o traço dessa solidão
E por vezes triste pelos poemas que se vão e os versos que matei
E matei mais dentro de mim até o cúmulo de querer matar o vazio
Este, imortal posto que é feito daquelas coisas todas que não existem
 
O pior de tudo são os silêncios que se apoderam do que há por dizer
E padecer de todas as tuas ausências, essas distâncias impostas
Esse deserto de angústias que são só minhas, emoção que definha
Enquanto o tempo abre a sua bocarra horrenda e tudo consome
O amor e qualquer lembrança dele, a beleza das cores que tinha
Meu desejo, minha sede, minha fome, a saudade, teu rosto e teu nome
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 01/03/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2822170
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.