Aos poetas de fins de semana
Faço poesia como quem late
Como cão que de raiva morde o rabo
Irritado com o desleixo da escrita
Que agora nossa mente ora invade
São poemas de cabeça e língua curta
Que assusta quem da forma sabe a lei
Que poemas não se faz por brincadeira
Tanta asneira que transborda o que eu o não sei
Não têm rimas, não tem música, almas rasas
São formigas que do chão querem voar
Mas se afundam muito mais nas lamas fétidicas
Curtas asas, só retóricas, dialéticas.