Tardes de Outono...

Tardes frias.

Um vento gélido e angustiante.

Nem mesmo a proximidade do pôr-do-sol, consegue me distrair.

A vista é linda.

O mesmo cenário contemplado por casais, enamorados, felizes.

Naquela época, éramos nós.

Admirávamos as árvores e suas múltiplas cores.

O marco da praça, ainda é o velho Ypê.

Que colore as ruas, nas tardes de Outono, com suas flores amarelas.

Onde em um momento de paixão extrema, colocamos nossas inicias dentro de um coração.

A grama ainda está do mesmo jeito. Lembro-me, foi nossa cama em diversas tardes.

Tardes lindas.

E hoje, são vazias.

Nem mesmo o canto dos pássaros, que admiravamos, me alegra.

Todas as vezes que chego, o vendedor de pipoca, ainda me dá seu melhor sorriso.

No inicio, perguntava por você.

Parou. Percebeu que me fazia sofrer.

Tenho sentado no nosso banco, ouvido nosso cantor preferido.

A melodia não é mais a mesma. Nessa, narra uma decepção amorosa.

A parte em que as lágrimas me vêem ao rosto é aquela que fala:

“Nunca prometi nada”

Hoje eu entendo.

Dei-te minha vida.

Você, me retribuiu com momentos.

Momentos em que vivemos juntos.

Momentos em que foi meu.

Momentos em que quase me amou.

O palco da nossa comédia romântica, desabou.

Em seu lugar, veio o drama.

Apenas um vida vazia.

Em mais uma tarde perdida.

Perdida de mim...

Perdida de você...

Perdida em lembranças.