O Poder dos Teus Olhos

É como olhar para dentro de mim mesma e sentir quão pouco eu sei sobre mim.

É como me perder num labirinto abstrato de emoções desconhecidas.

É como naufragar em águas calmas e esperar lentamente a dor chegar.

É como dançar com a hipnose das estrelas cadentes.

É como receber a notícia de uma sentença perpétua.

É como domar uma fera e querer ser dominado por ela.

É como se olhar no espelho e ver a imagem de outra pessoa.

É como estar preso em grades invisíveis.

É como ser rendido por mil homens armados.

É como ser roubado pelo melhor amigo.

É como estar submisso a quem se mais despreza.

É como perder a noção do espaço, do tempo, do chão.

É como ficar nua em meio à multidão.

É como ser invadida por centenas de finas agulhas.

É doloroso, é fúnebre, é tenso...

É atraente, é ofensivo, é invasivo.

É ácido, é sutil, é amargo.

É frio, é carregado, é temeroso.

É inseguro, é preciso, é lascivo.

Olhar-te é, por fim, é um plácido suicídio de sentimentos.

Jessik Andrade
Enviado por Jessik Andrade em 28/02/2011
Reeditado em 28/02/2011
Código do texto: T2820257
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.