Vindo o vento
Vindo o vento
E que venha o vento soprar tuas nesgas de tecido puído,
por sobre o manto de veludo azul.
Tão carcomido por estrelas estéreis, sem brilho, sem magia, sem poesia ou música...
E que venha a lágrima bendita do abandono em si próprio,
a dor da certeza da perda, as dúvidas que perduram nos catálogos futuros.
E que venha a saciedade do passado, o esperado ponto final, finalmente.
E que venha junto a isto tudo...
A negra noite insone e fria, que passará junto a ti, o resto de todos os teus dias,
Mesmo quando estiveres queimando em falso fogo.
Na mente saberás do vento morno, que há tanto e por tanto tempo te cobriu,
Aquecendo-te das intempéries da vida...
Mas que naquela tempestade voou, se foi...para nunca mais...
E que venha o vento...
Que venha o vento.
Márcia Poesia de Sá