PESADELO POÉTICO
Na alvorada dos sonhos
os sonhos fugidos
Que outrora dão espaço às rimas e palavras
palavras eternas
Dos sábios e consagrados amantes brasileiros
Eu viro e desviro pelas cobertas
cobertas de solidão
Sentindo o meu próprio calor retornar a mim mesmo em cheiro
um vento de mentiras afastar a névoa de mosquitos zombeteiros
a poesia circular como sangue sob meu corpo inteiro
Então ouço em alto e bom som
som em rajada
Vinda de dentro da minha alma
alma penada
As vozes que declamam o verso o soneto
o soneto e a balada
Que inspiram o amor a cada madrugada
O amor que nunca senti em carne e espírito
que dentro do peito foi abafado por palavras afáveis e grito
que se torna o amor bêbado que no fim das contas é o amor lírico
Ouço as vozes do meu pesadelo poético me acordarem
Pego uma caneta e papel
Na penumbra do quarto espírito e céu
Rasgo a brancura da folha como se esta fosse um véu
E exprimo s agonias que quase me enlouquecem com mel
Preciso escrever
ouvir cantar amar
Os versos ditos em sonhos como de outros autores – são sim!
que são um presente dos Deuses para mim
que não os rejeito mas a memória impede que os escreva no cetim
Sinto dentro da essência um vazio sem pensamento
É dele que escrevo e por ele vivo o momento
Ele me dita que palavras devo usar em seu louvor
O vazio é o nada
o nada que vira o tudo
o tudo que é amor
Seu nome é Nerthus na forma germânica de ser
Isis é no deserto egípcio que encontro você
Cerridwen sábia mãe dos que sabem ouvir e dizer
A voz do teu coração
coração puro forte farto e sábio
Igual ao teu caldeirão