FERIDA
Espinho encravado no peito, profunda dor nos escaninhos da alma. Machuca a cada movimento das emoções, causando desconforto e sofrimento. Bisturi inútil não alcança as profundezas onde se aloja esse corpo estranho a minha essência. Por vezes as lágrimas vertem diante da impotência de expelí-lo, noutras o atrito irritante traz a revolta do inevitável. Ferida que se abre a cada estocada indelicada e perversa, sangrando gota a gota, matando devagar e intermitantemente. Situações de uma vida que se arrastam infinitamente. Situações da vida, que apenas a fé traz um pequeno lenitivo. Talvez um dia se diluam. A esperança ainda não morreu...