À Principesca

“O tempo parece nem perceber que nós, pessoas, humanos, precisamos dele para termos a quem se apegar em uma hora de distração, ou em um minuto de prazer com quem se ama, a nossa voz nos fala o que queremos ouvir, pode ser do vento ou da rua, e das calçadas imundas, mas que tem as marcas de quem por ali passa, até quem já não olha para o horizonte pela ultima vez, e quem já não mais contempla o brilho do luar, e quem já não ouvi o canto dos pássaros e do barulho dos carros da avenida, pois, somos as cores de um arco-íris, somos o sal dessa terra, somos a geração que um dia prometeu que seriamos melhores na dor ou no amor, tanto faz, pois o amor é a dor, e a dor, traz o amor, então, não precisamos defini-los com palavras, só quem os sente, é que sabe explicar, nem mesmo Freud pode explicar isso por você. A garota que era a primeira da sala e que era toda certinha, hoje já deita mundo a fora a sofrer em mãos alheias, a menina mimada, que se deitava até com os cães da rua, hoje é a imagem do que poderíamos chamar de esposa modelo, o mundo gira, e dá muitas voltas, por isso, nunca devemos dizer que nunca seremos ou que nunca veremos ou viveremos algo, não podemos, porque quem diz e dita o infinito do futuro é sempre o destino, é sim, ele que nos faz acreditar no amor verdadeiro, é traiçoeiro, é ele que nos dá a esperança de um dia cumprirmos a promessa que um dia fizemos a nós mesmos, aquela, de que um dia seriamos bem melhores no futuro, e que esqueceríamos todo nosso passado, tudo aquilo que um dia nos angustiou, que nos aprisionou nas selas profundas de um calabouço sem fim da imaturidade, do orgulho e da principesca atitude de contribuir a algo que não é nosso”.

Eduardo B Chaves
Enviado por Eduardo B Chaves em 26/02/2011
Código do texto: T2817121
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