AO PÉ DO OUVIDO


A noite ficou pequena
Pra tantos sonhos que tinha
Que sequer cheguei à cama
Sentei-me à escrivaninha.
Era como se alguém
Pedisse-me para escrever
Antes que ele desistisse
Do que queria dizer.
E foi compulsivamente
Que rabisquei de caneta
O que mais freneticamente
Surgia em minha cabeça.
Parecia alguém ditando
Cada uma das palavras
A aurora foi despontando
E adormeci de cansada.


Brasília, 25/02/2011