Imperatriz

Tinha saudades da menina,

do cheiro de terra molhada,

do gosto da inocência.

Desde tempos imemorias foi assim...

Via o céu se fechar em nuvens carregadas

e se fechava em sua saudade.

Mas era saudade boa,

daquela que alimenta, nutre e sacia a sede de felicidade.

E voltava pra lá,

pro seu recanto de paz

onde do sonho se faz

ponto de encontro..."eu" mais "eu".

E lá ficava, se alimentando daquilo

que nunca soube bem nomear

mas que sempre lhe tornou mais poderosa.

Era lá, embaixo das mangueiras

enquanto arrumava sua "casinha",

que podia sentir a capa de imperatriz que ainda hoje lhe cobre os ombros.

Morro do Chapéu, 25 de fevereiro de 2011.