O filósofo
Quando penso nos tempos de outrora
Meu olhar se perde em desventura
Triste vejo o vago desta hora
Sou um lago sereno de amargura.
Minha boca não sabe de outro beijo
Sem desejo ativo morto -vivo
Sou um vulto pálido doutro tempo
Que saiu de algum livro asombrativo
E se choro as lágrimas são de plástico
Quando batem no chão ninguem escuta
Sou poeta não sei de metafísica
Alma tisca que aguarda a cicuta