A MOCHILEIRA (Thundra) X
ELETRÔNICA CÓSMICA A NÍVEL QUÂNTICO”
Os fisiologistas Lieontiev e Urhtomsky chamaram a atenção para a existência de peculiares “órgãos fisiológicos do sistema nervoso”. Eles são um fator central dominante que possui a propriedade de catalisar todos os estímulos que atuam nos órgãos sensórios. Através deles a mente sapiens/demens vive e convive com todos os acontecimentos e fenômenos perceptivos. Quem deseja aprender com, e sobre, os processos criativos, precisa se adaptar à vidência desses processos criativos fora do jargão estritamente “científico” e aceito pelas teorias acadêmicas.
Esses “órgãos fisiológicos” são centros nervosos de alto estímulo, que só podem ser usados em condições especiais de sobrevivência. Eles estão localizados em todas as áreas cerebrais, ligados entre si, disponíveis para a solução de problemas científicos e/ou literários. Esses centros nervosos formam uma convergência de interesses, dinâmica, diferente dos demais estáticos órgãos anatômicos. A nova ciência fisiológica denomina órgão, não apenas a algo morfológico, com propriedades estáticas, mas a um conjunto de forças que conduz a idênticos resultados.
No livro “Problemas do Desenvolvimento da Psique”, Lieontiev mostra que o centro nervoso do cérebro sapiens/demens e de outros animais, é um ímã que atrai para si, e seleciona, estímulos não diretamente ligados a determinado problema de criação (heurístico). Este modo aleatório de seleção no mundo científico é conhecido pelo nome de “maçã de Newton”.
É algo semelhante ao que acontece na mente de cães farejadores que prevêem a localização futura do animal acossado, e correm para ela (localização) numa direção e velocidade tais, que permite encontrá-lo e interceptá-lo em sua trajetória. O faro é apenas um dos elementos dessa propriedade explicada pela noção fisiológica do reflexo condicionado. Sabe-se que, para a formação deste, é indispensável certa quantidade mínima de reflexos incondicionados.
Quando o animal atormentado pela matilha conta com propriedades mentais instintivas superiores aos perseguidores, ele cria o que, em pesquisa científica denomina-se “ilusão de orientação”. Os perseguidores dirigem-se a locais onde o animal deveria certamente estar, mas nada encontram. A patota que persegue desorienta-se. O modelo dinâmico, heurístico, informativo, do animal supostamente vítima do instinto persecutório de seus perseguidores, prevê toda a rancorosa, covarde e gratuita sanha da matilha (da patota). E ela fica a ver navios.
Como diria Mário Quintana em seu poeminha: "Todos os que aí estão/Atravancando o meu caminho/Eles passarão.../Eu passarinho!" A patota, enquanto busca um cão, não vê a Águia. Que não é, exatamente, um passarinho.
Por vezes os fenômenos heurísticos acontecem para além das possibilidades e limites da consciência, simplesmente porque não correspondem aos fatos conhecidos pela Psicologia e pela Neuropatologia. Há uma complexa atividade mental que não se relaciona com a fala. Há um murmurar psi do qual a mente sapiens/demens desconhece a Fonte. A locução por hipnose e os fenômenos da escrita automática são exemplos. A exemplos de personagens do livro mencionado HOLOCAUSTO NUNCA MAIS (PsycheCity).
Os anatomistas afirmam que cada sentido está ligado aos respectivos campos. Perturbações e ausência de funções, devido a lesões, atestam isso. A atual pesquisa demonstra que é igualmente verdadeiro que esses campos não são delimitados, que a modelação cerebral não difere do esquema cibernético, funciona como um processo intracortical de regulação.
A atividade consciente é conseqüência da ação recíproca do regulador do córtex e dos modelos informativos do cérebro. Esse modelo regulador, estruturado para a solução de problemas domésticos, conscientes, burocráticos, científicos, literários, pode funcionar de forma autônoma, fora do controle do regulador consciente (o sofá, a escola de má qualidade, a faculdade, a família desestruturada, o emprego sem salário: fatores que conduzem ao estresses. À consciência de viver sem auto-estima. Sem valores). Quando isto acontece, está a atuar a atividade heurística inconsciente. E o processo de criação literário precisa usar o subconsciente de modo a afirmar a consciência.
A consciência enquanto fator de mediação entre percepção da existência e criação alternativa dela. Existência.
Se as instituições sociais estão corrompidas a ponto de não mais distinguir valores éticos, então cabe à sociedade buscar uma fonte de alimentação desses valores que as instituições políticas não mais fornecem. Ou então serão apenas um bando de sobreviventes mortos-vivos em mãos de sádicos grupos fascistas que os explorarão até o último estertor.
Inexistem dados experimentais que expliquem completamente como funciona a estrutura desta linguagem especial, incomum, heurística, inconsciente, intra e, possivelmente, paranormal. Extracortical.
Não existem métodos para treinamento da capacidade de apreensão das mais essenciais correlações que constituem, no jogo de xadrez, e na criação de um romance, a característica dos grandes mestres da técnica do jogo. E do jogo da técnica e da arte de escrever. Escrever para o mercado de um mundo novo, daqueles que não desejam ser vitimados pelas mídias. As de conteúdo direcionado. Fascista.
Todas as riquezas em todos os lugares devem, constitucionalmente, servir aos interesses da sociedade e nunca apenas ao interesse concentrador de grupos que saqueiam os recursos públicos para seus paraísos fiscais. Para encher as burras, pessoais, financeiras e econômicas, com a riqueza gerada por toda a sociedade. Concentrando essa riqueza de forma criminosa.
O mundo inusitado, criativo, daqueles que depois de mortos pela pressão dos paradigmas passados, ousam voltar à vida, pode ser disseminado socialmente em direção à percepção do conceito de liberdade pessoal. Há muito perdido pela coletividade.
Individualmente o homem pode salvar-se. Se ele não se salvar primeiro, como poderá ajudar na salvação de terceiros? Do planeta? Não há nada de anormal, patológico ou messiânico nisso. É o ideal pessoal mínimo. Sem o qual o homem que deseja superar essa condição de escravo (da família, das instituições caducas), jamais poderá saber o que é liberdade. Individual e coletiva.
Sair das tumbas das famílias. Sair do buraco (da caverna moderna) onde cresce a influência visual do condicionamento de seu entretenimento sem nenhum caráter. O mundo precisa de entretenimento. De qualidade. De educação. De qualidade. E não venham dizer que não sabem o que é isso. É a inusitada demanda literária, docente, pela qualidade de vida. Essa demanda sem a qual o país se afundará num mar de demagogia, mentiras rituais, corrupção institucional a partir do pântano neo-moderno da Praça dos Três Poderes. Em Brasília. DF.
As ditaduras africanas que caminham em direção a meio século de dominação atroz e sádica de seus habitantes, maioria dos quais jamais saberá o que significa cidadania, começar a balançar e cair. O déspota do Egito, Rosni Mubarak, consta possuir um patrimônio familiar de nada menos de U$ 70 bilhões. Os governos de autoridade excessiva, despotismo e tirania não devem ser tidos e havidos por democráticos. Tal como a democracia presidencialista brasileira.
O déspota presidente da Casa Grande Senado, José Romão Sarney, continua montado na cela sobre a poltrona do trono fascista de “Rei do Senado”, numa mostra de que um grupo político de orientação fascista impõe ao país sua presença indesejada, funesta, autoritária, fundamentalista. Não podem ser considerados democráticos os processos institucionais, através dos quais os parlamentares fascistas mantiveram essa múmia na presidência da Casa Grande. Senado.
Denunciar essas patotas que não representam a democracia, não costuma ser coisa nossa. Coisa nossa é “deixa pra lá para depois vê como é que fica”. Coisa nossa é ir se omitindo da responsabilidade de fazer com que os interesses sociais sejam respeitados. Os interesses constitucionais. E não os interesses fascistas, localizados, das patotas. Políticas. Nem a Reforma Política estão dispostos a fazer. Imagine o leitor, se vão fazer a Agrária. Ou a da Educação.
E a Reforma da Mente? Da Saúde? Dos valores sem os quais a civilização perdeu simplesmente seu tempo, seus recursos, sua meta, seus objetivos? Sua história! O cérebro é um órgão de auto-regulação, segundo a opinião do cientista Nobel em Física, Pauli. Ele descobriu que o “princípio quântico de exclusão”, os três tipos de partículas que formam a matéria (elétrons, prótons e neutros) têm de satisfazê-lo. Ele é a razão fundamental para muitas das propriedades características da matéria: desde a estabilidade de seus componentes, até à existência da regularidade expressa pela tabela periódica dos elementos.
O inconsciente expande-se para além da terapêutica, como se fosse um “universo em expansão”: um complexo sistema cibernético ao modo de uma “eletrônica cósmica a nível quântico”. A que níveis de excelência poderia atingir uma mente, pessoal e coletiva, que não estivesse motivada a ser exclusivamente dedicada à galera de torcedores de jogos de futebol? E tocadores de vuvuzelas?
Segundo as mais atuais teorias físicas, algum princípio universal desconhecido das pesquisas sobre o cérebro, motiva a mente inconsciente a buscar e encontrar num algures indeterminado, soluções para complexos problemas científicos e literários. O romance A MOCHILEIRA (Thundra) detém-se no uso quotidiano de algumas destas teorias, mostrando como funcionam, na prática, em ocasiões de reuniões (livres) de grupos.
As pesquisas mais atuais indicam a inexistência de força específica que, de fora da mente, contribui para o raciocínio heurístico. Tais pesquisas confirmam a auto-regulação da atividade do córtex que indica ser o raciocínio uma fusão da intenção do regulador da reflexão, ou modelação, com as condições de solução do problema: no tabuleiro do xadrez, no papel ou no monitor em branco da literatura.
O dirigido e o dirigente são inseparáveis. O processo heurístico de raciocínio e criação não teria solução através da contribuição de um hipotético agente externo, mas num modelo mental, de nível intelectual elevado, que gerencia a atividade heurística na direção lógica certa. O enigma do componente inconsciente neste processo prossegue sem solução “burocrática”, de pesquisa laboratorial.
Dê uma oportunidade à sua estrutura PSI de trabalhar em seu favor. Lute e ganhe a luta pela melhoria das condições insalubres nas escolas e academias que hoje são escolas e academias do aprendizado da revolta e da anarquia. Preparação para o ingresso dos alunos na prostituição e no narcotráfico. Ou em mais outra quadrilha que mata, assalta, rouba, seqüestra, trafica, em nome das oportunidades didáticas que lhes foram negadas na infância e na juventude. Pelo sistema dito democrático e seus parlamentares tiriricas. Com um ensino fundamental, médio e superior orientados para a venda aleatória de serviços sociais e os afazeres do faz-de-conta.
Não vejo muita diferença entre esses sistemas políticos africanos governados há três ou quatro décadas pelo mesmo sátrapa (a Líbia, p. ex.). A Itália de hoje parece estar sendo influenciada politicamente pela antiga cidade grega de Síbaris. A alfândega de Síbaris liberava toda mercadoria que fosse supérflua, e suas polícias começavam a trabalhar apenas após o meio-dia.
O bestialógico discursivo do Sátrapa, que hoje corresponde à figura política do Primeiro Ministro italiano, era tolerado. E incentivado. Igualzinho ao comportamento de palanque do ex-presidente Analfabeto. As democracias, principalmente as latino-americanas, possuem a orientação sistêmica das tiranias, algumas, ainda, em franca vigência num mundo que se quer civilizado: Mubarak (Egito), Ahmadinejad (Irã), Gabão (Omar Bongo), Sudão (Omar Al-Bashir), Líbia (Gadafi), Ceausescu (Romênia), Zimbabwe (Mugabe), Angola (dos Santos), Guiné Equatorial (Mbasogo), Tunísia (Bem Ali), Burkina Faso (Campaoré), Jong II (Coréia do Norte), Otunbayeva (Quirguistão), Lukashenko (Biolorussia), . E outras. Muitas.
Característica de todas elas: concentração de poder, de renda, e sucateamento do coração e da mente (pela demência da programação midiática da tv) da maior parte de suas populações.
Quem sempre defende as tiranias, enquanto último recurso para manter no poder político, econômico, jurídico, institucional e emocional da sociedade a oligarquia Sarney presidente da Casa Grande? Personagem político caricato nacional, onde houver uma vantagem, uma prelazia, um conchavo para manter alguém da família no poder, uma vice-presidência oportunista, uma presidência necrófila, um complô de sinistra memória que o manteve no cargo público motivado por interesses de patota... Aonde houver uma mostra de controle político do Judiciário, estará também presente a intervenção oligárquica do principal déspota da família de José Romão Sarney.
Aonde houver uma maracutaia conforme princípios do ilícito e da ilegalidade, a oligarquia Sarney estará presente. Demonstrando à sociedade brasileira que sua vontade e afirmação de poder político é mais forte, e que prevalece juridicamente, mais do que a Constituição. As oligarquias do comando, controle e comunicação da sociedade, abusam da passividade e da aceitação social de seus desmandos. Porque a “A Praça É Nossa Dos Três Poderes” trabalha pela institucionalização de seu processo histórico comprovadamente corrupto. Fálico. Falido. Pessoal e coletiva mente.
Domingo, dia 27 de fevereiro de 2011: 576 dias de censura jurídica ao ESTADO DE SÃO PAULO. A mordaça judicial prevalece desde 31/07/2009. A vontade pessoal de imposição paleolítica da política do presidente da Casa Grande Senado, patriarca da oligarquia José Romão Sarney, prevalece mais que as leis e a Constituição. Aonde está a cidadania dos brasileiros brasileiros?
A resposta à pergunta “quem sempre defende as tiranias, enquanto último recurso para manter no controle da sociedade seus tiranos políticos? — Os militares. Eles sempre pegam em armas sem que defendam os grupos de interesse majoritário da sociedade que lhes paga o soldo das mordomias aquarteladas. Eles estão estruturalmente em favor dos déspotas. Os tiranos são seus aliados desde as mais caducas dinastias. Orientais.
Como sair fora, de dentro desses interesses políticos e econômicos de dominação própria das comunidades bárbaras? Anteriores à disseminação do microcomputador pessoal? São diferentes as atividades mentais do ser humano e as atividades de uma CPU de computador.
O homem pode ver-se diante de situações nas quais não possui nenhuma experiência anterior. Quando isso acontece só resta tatear, mais ou menos às cegas, em busca de experiências que conduzam à solução. Como encontrar as rotinas dessa experiência que liberta, se você, sua descendência, permanecer numa escola onde se ensina o obsoleto, ou sentado no sofá da sala de estar vendo os parlamentares tiriricas, todos muito fascistas, manterem uma múmia política presidindo a Casa Grande Senado segundo interesses ditados pela corrupção datada de intenção política e econômica? Jurídica! Oligarca!
O homem é um ser indivisível (inclusive de seus mistérios). Não pode ser compreendido a partir de uma análise compartimentada de suas diversas partes. Mas de seu processo. Holístico. Histórico. A integração globalizada (povos, culturas, métodos) exige a aplicação da teoria sistêmica, sem a qual se torna impossível ordenar a sociedade. Desenvolver a dominação sistêmica da mesma. Cada vez mais indomável e caótica. Por isso o controle demasiado dos que estão por detrás dos bastidores. Nas salas cheias de monitores de múltiplo espectro mas que, em realidade, mostram apenas uma pequena parte do espectro visível, do campo eletromagnético captado pela vista humana.
O desenvolvimento social estruturou mecanismos de modelação e de reflexão do mundo. Não pode o homem surpreender-se numa situação em que não possa planejar, mais ou menos corretamente, sua atividade. É como se pudesse contar com “algoritmos gerais de solução” de problemas. Cada homem faz parte do todo indivisível da sociedade. Quem faz valer o controle sistêmico dessa sociedade para manter as coisas como estão? E torná-las cada vez mais deterioradas? — Os políticos e os militares. São Thomás de Aquino costumava dizer: “O bem e a salvação da sociedade organizada estão em que se conserve a unidade de sua mais sensível expressão: a paz. Se a paz é prescrita, perece a utilidade da vida social.”
Essa afirmação Aquinista pressupõe que um dia houve paz social. Supõe uma utopia jurídica, filosófica E política: a paz. A guerra é o fundamento de todas as dinastias, oligarquias, parlamentos, religiões, pederastias, universidades, igrejas e escaramuças pelo poder. “O que é o roubo de um banco comparado à fundação de um banco"?
A pergunta brechtiana ironiza os fundamentos financeiros e econômicos da sociedade. Ironiza o papel político do “Reich Dos Mil Banqueiros” na formação da (des)identidade nacional. A guerra move interesses pessoais, familiares, oligarcas, políticos, econômicos da sociedade. Seus grandes e maiores monumentos são o Vaticano, as mesquitas e as sinagogas de hambúrgueres.
Não acredito que homens possam se divertir vestindo-se de carmens mirandas. E quejandas. Difícil então acreditar que homens existam. Nessa colônia militar da América do Sul Caboclla.
BUTIQUE DOS SONHOS E DO TEMPO
Um dos objetivos deste ensaio é saber como se desenvolve a atividade mental na ausência de algoritmos: o enxadrista estrutura a solução do problema durante o conhecimento das peculiaridades dos elementos de certa situação. O romancista, assim como o enxadrista, para ter êxito precisa conseguir estabelecer as principais ligações pertinentes a cada posicionamento enxadrístico/literário, dentro de um conjunto discreto de eventos.
Os elementos do evento criativo, associados de determinado modo, não mais constituem um conjunto discreto, mas um conjunto de operações que conduz à variante da solução. Quer obtenha sucesso ou insucesso, a variante escolhida é agora um conjunto de elementos para estudo. É elementar dizer que o modelo operacional-informativo, na atividade heurística que se compõe do conjunto discreto de elementos, precede o aparecimento de cada variante de solução.
O conteúdo da atividade heurística é a elaboração sucessiva de modelos operacionais informativos. A solução do problema se encontra num certo conjunto de circunstâncias que pode ou não chegar a um resultado ideal. Quanto ao enxadrista, ganhar o jogo. Quanto ao escritor, o reconhecimento de que objetivos literários, criativos, foram atingidos. Na fase de elaboração do modelo, geram-se outros, a partir dos indícios úteis das noções abstratas. Nesta fase a mente sapiens e a CPU são semelhantes.
As dificuldades são elaboradas a partir de reconhecimentos interativos que conduzem à descoberta de soluções. E da Solução. Alguém que resolve um complexo problema, num indefinido campo de busca, reconhece, por acaso, o princípio de solução. Em ciência este princípio é denominado, tal como afirmado anteriormente, “maçã de Newton”: a queda da maçã se constitui num modelo da lei da gravidade universal. Molde de intuição: “insight”.
Em literatura há um evento semelhante, denomina-se, segundo Pound, “Parêntese Jamesiano”: A luta que se trava quando se encontra outro autor com muita experiência, para conseguir o ponto onde as duas experiências convirjam sem conflito, de modo que ambos realmente saibam do que estão falando. A obscuridade não é da linguagem, mas do fato de que a outra pessoa pode não ser capaz de compreender porque se está afirmando alguma coisa. Esta é a “maçã da Newton” da literatura. A descoberta da pólvora, da gravidade universal, da solução afirmativa do “porquê” alguém está afirmando alguma coisa. Encontrando uma solução criativa (heurística) para um problema de criação literária. Ou de manutenção das instituições políticas. Com um mínimo de ética. Em tempos ditos de paz.
Na atividade heurística das Letras, o reconhecimento não pode ser desassociado da experiência da memória emocional do escritor. A memória não é um simples banco de dados de imagens, um nicho isolado dos demais na atividade psi. Uma prova disso: bastam um ou dois segundos para que reconheçamos a face de alguém num rosto conhecido. A imagem e reflexão fixam-se instantaneamente no nicho propício exato da memória.
O sistema nervoso sapiens/demens funciona muitíssimo mais lentamente do que a CPU de computadores que realizam, num segundo, milhões de operações. O mecanismo de ressonância pode revelar por quê e como acontece este reconhecimento instantâneo que permite a orientação do Homo sapiens/demens no mundo exterior (e no interior).
No cérebro sapiens/demens existem milhares de modelos pertinentes do mundo exterior. No córtex deve existir um nicho que anuncia a entrada de um novo, a todos os outros modelos anteriormente armazenados. Desta forma o modelo de reconhecimento adequado ressoa. Esta instância intermediária são os “tubérculos visuais” denominados “depósitos da sensibilidade”: sinapses, dendritos, axônios, neurônios, mitocôndrios, filamentos contendo enzimas, ácido cítrico, sistemas de transporte de elétrons, neurotransmissores garantem certos efeitos no processo metabólico. Seus centros estão em diversas partes do córtex, mas todos os componentes perceptivos alojam-se numa única unidade.
O homem é um autômato finito com uma memória finita, reage a um número finito de estímulos limitados ao volume da memória fixa e flutuante, exata e emocional. Em cibernética é considerada autômata toda instalação destinada a transformar informações entre componentes de entrada e saída de dados.
O autor é um sistema deste tipo, com o poder de criar novas formas de comportamento. Consequência da auto-aprendizagem, situações problemáticas são inventadas. As entradas do computador, autor, são as constantes da percepção. A CPU do autor inclui raciocínio criativo e operacional. Um princípio desconhecido, componente do raciocínio criador, presente entre as reações químicas que o constituem, permanece sem explicação lógica.
Tentar solucionar este mistério é uma tarefa científica semelhante à romântica busca do Santo Graal. Mesmo sabendo que esse Santo Graal são os restos mortais de Maria Madalena. A identidade histórica, mitocondrial, de seu DNA. Na tradução e tradição da mecânica experimental das pesquisas, estas não são consideradas como tendo um caráter realmente científico.
Ciberneticamente este problema não pode ser solucionado. A base dos atuais métodos cibernéticos pode modelar um processo de solução apenas se seu campo de busca estiver definido.
Que programa de computador vai descobrir porque Schiller punha maçãs podres na gaveta de sua mesa de trabalho para com isso favorecer a criação poética? Helmholtz subia montanhas ao entardecer. Fisher ouvia sinfonias. Proust escrevia em silêncio num quarto forrado de cortiça. Shelley brincava com barquinhos de papel na banheira; Dante sonhava, elaborou, talvez, nos sonhos, a motivação subliminar da estrutura do poema Divina Comédia; Kant deitava-se na cama sobre lençóis que ele mesmo arrumava, de um jeito especial, e ficava horas olhando a torre de Königsberg. Brahms engraxava as botas; Alex Osborn, fazia a barba para manter as idéias fluindo por mais tempo, usava uma navalha velha. Meia cega.
Stevenson dizia que as “Brownies” trabalhavam para ele enquanto dormia; Barrie confiava muito em “McConnachie” — ( "A vida é uma peça em três atos. Mas o segundo está faltando") — dizia ser “sua metade desgovernada que escreve”. Milton apelidava de “secos” os períodos de incubação. Por vezes de madrugada despertava as filhas para ditar poesias, era cego; Henry James valorizava o “poço profundo da celebração inconsciente; Emerson meditava diante de riachos; Shakespeare denominava a incubação "magia da imaginação que ordena as coisas desconhecidas”.
Donizetti encharcava-se de café; Baudelaire fumava haxixe; Coleridge ingeria láudano; De Quincey fumava ópio; Freud injetava (e/ou cheirava?) coca; Alfred Jarry bebia éter. Sherlock Holmes parava tudo e levava Watson para um concerto, ou se dedicava a horas de violino. Einstein tocava violino ou lia Dostoievsky; Gandi tecia; Beethoven caminhava muito, com paradinhas para anotações de “insights”. Huxley, Ginsberg, Kerouack, faziam viagens lisérgicas.
Becket e Becker acreditavam ser impossível uma obra de arte vir de motivações oníricas. Para eles escrever é um ato reflexivo consciente. Deliberado. Göethe no primeiro Fausto, autor consciente, deliberado, no segundo, visionário, atemporal. O Hugo de “Os Miseráveis” flutua entre estes extremos. As antecipações de Júlio Verne, como querem alguns críticos, são produtos freudianos da sublimação de suposta homossexualidade.
A estrutura narrativa do poema sumeriano Epopéia de Gilgamés é claramente onírica, inconsciente. A mãe interpreta os sonhos dele e os do amigo Enkidu. A personagem interpreta seus sonhos e os de outra personagem. Nos poemas épicos de Homero (provavelmente fins do séc. VIII a.C.), há já a presença do ceticismo tão característico em autores do século XX. Na Ilíada, as possibilidades destrutivas do inconsciente se manifestam através dos sonhos de Agamenon, incitado por Zeus (através de Oneiros) a atacar Troia sem os mirmitões.
Atena, deusa-serpente creto-minóica, epíteto Glaukopis: “Olhos de Coruja”, personifica-se nos sonhos de Nausicaa e Penélope. Em Sófocles, Ésquilo e Eurípedes, os sonhos são os signos, presságios da vida heróica e trágica, das personagens. Na dramaturgia de Shakespeare, a epopéia e a tragédia estão presentes, através da ambiguidade do mundo real, das flutuações de ânimo entre os estados de espírito das personagens. A epopéia e a tragédia são a marca registrada da dramaturgia shakespeareana. Não apenas em Homero:
O barco de Odisseu chegou a Ítaca. Poseidon, em diálogo com Zeus, afirma como vai castigar os feáceos que transportaram estranhos, tipo Odisseu. Zeus ao aprovar o castigo afirma: “Quando o barco estiver singrando à vista de toda a cidade, convertê-lo num ilhéu junto da terra firme. Ilhéu em forma de barco, que cause maravilha a toda gente. E também rodear sua cidade com altas montanhas que a dissimulem.” Terrível isso. Essa intencionalidade. Dos deuses. Desde o Mahabharata.
Os sonhos, espectros e vaticínios, marcam a presença do inconsciente: Em Henrique VI, a morte do duque de Gloucester é precedida por uma visão onírica do cardeal de Winchester. Baltazar, em Romeu e Julieta sonha com a morte de seu amo após embate com outro nobre. Romeu sonha-se morto, quando os beijos da amada fazem-no voltar à vida.
Em Ricardo III o personagem título tem sonhos que revelam a tenebrosa sequência de intentos funestos. Calpúrnia berra, por três vezes, num pesadelo: “Socorro, estão matando César”. Em Sonhos de Uma Noite de Verão, a intervenção de personagens mágicas, faz a mediação entre sonho e realidade. Em Hamlet, Macbeth e Lear, os vaticínios, as profecias, os agouros, os espectros, as visões terríficas e apavorantes, convivem com a rotina das personagens.
Novamente o inconsciente, elemento improgramável nos engenhos cibernéticos dos computadores, marca presença no engenho cibernético sapiens/demens: a mente. O componente heurístico, a 3ª margem do rio da criatividade, ronda, misteriosa e invisível onipresença, esse processo de criação dos autores. Literários. E outros.
“PERGUNTE AO PÓ”, AGAIN
Se é preciso uma experiência de vida equivalente a dois séculos para que um escritor possa estabelecer o distanciamento necessário para pensar seu tempo e suas personagens, criá-las através do convívio e das teorias acadêmicas, então estamos frente a um paradoxo: o tempo necessário e o tempo cronológico disponível para escrever textos pertinentes, visionários, e não plágios.
Nietzsche dizia que a realidade é uma ficção. No século XIX os pensadores costumavam ser otimistas. Ele era a exceção niilista. Para Baudrillard, um dos expoentes do pensamento contemporâneo, o real inexiste, a história e o tempo são um simulacro.
Os leitores de ficção científica por certo não se surpreendem com tais opiniões. Alguns estão inaptos a viver, simultaneamente, em dois segmentos da realidade que seriam, normalmente, antagônicos. Estes, nunca conseguirão atingir o objetivo de, no período de uma vida sapiens/demens atual, exercer uma experiência subjetiva de dois séculos.
As ideologias revolucionárias faliram, o capitalismo cibernético está em expansão, por que os mecanismos da subjetividade sapiens/demens não estariam a um passo de um salto qualitativo no limitar desta segunda década do Terceiro Milênio? Por que não acreditar que as novas gerações têm uma formação neuro emocional em simbiose com os circuitos elétricos e eletrônicos da tv, da internet, da multimídia? Por isso mesmo estão afogadas em toneladas de uma multiplicidade incontrolável de neuroses e patologias que não as apenas suas.
O mundo atual talvez precise, urgente, pensar-se em profundidade, abrangência e atualidade (nas três dimensões do conhecimento). Necessita, presumo, de novos pensadores, novos escritores, novos cientistas que sejam capazes de diminuir a distância estelar existente entre os novos meios tecnológicos de informação e comunicação, e a carência de caráter da humanidade sapiens, de suas lideranças demens atuais. Pessoal e coletiva.
A civilização sapiens/demens está em crise e alguém precisa fazer alguma coisa. Este alguém é toda pessoa que ainda não está completamente demens e envaidecida das conquistas de uma civilização que impõe uma cultura cromagnon. Da mediocridade. Da frugalidade. Da demência lúdica. Pessoal e coletiva.
Você, leitor, crê que a humanidade sobreviva a este caos político, econômico, social, científico, emocional, ético, global, social? Quem vai ter por herança esse mundo de debilidades? Mentais. Os que herdarão essa terra são as pessoas das novas gerações que estarão no mercado de trabalho no amanhã do Terceiro Milênio. Respirando o ar do 3° Milênio, criando, se possível, um mundo emocionalmente habitável no Terceiro Milênio. Mas essas gerações nem de longe são educadas neste sentido. Ao contrário: são educadas para ser escravas do consumismo. Do senhor Mercado. O senhor mercado e o consumismo não são uma espécie de estalinismo político compulsivo?
Os filmes da série Matrix revelam uma sociedade padronizada e altamente repressiva. Que persegue violenta e (violenta) sadicamente os que não se condicionaram a seus padrões de obediência, subserviência e submissão. Incondicional. Seus patrões são os Parlamentos tiriricas por mais grana. A erva daninha da política que permite toda uma geração embarcar na viagem pela demência emocional por seus ídolos, tipo o casalzinho demencial da saga Crepúsculo. Isso chamam entretenimento. Tudo bem. Se estão ganhando fábulas de verdinhas (“Não vá pra NY amor nãová. Ahhhhaahah”) com isso?
O único fator a considerar nesse capitalismo político e midiático estalinista é o econômico. Não importa se a mecânica capitalista/estalinista de produção de idiotas da sala de jantar, esteja fabricando bilhões de clones fisiológicos com uma mentalidade modelo “normalidade” tipo os cidadãos padrões que desconhecem estar sendo deliberadamente escravizados (idiotizados) pelo fator econômico, baliza sem limite dessa megalópole globalizada pela slogan “I Love You New York”.
Se faz dinheiro é bom. Se questiona, é incômodo. E ninguém questiona essa incomodidade. Os políticos parecem querer dá um recado social monocórdico, que soa à imprensa independente como uma ameaça:
“Estamos fazendo o melhor e não precisamos de questionamento. Somos democratas apenas enquanto essa coisa política chamada democracia for um sistema que pluga os interesses ideológicos (sociais) das multidões, atrelando-os na dependência mais intensa a nossos próprios e exclusivos interesses. Emocionais. Políticos. Econômicos. De dominação. Social.” Nós somos os patriarcas bíblicos de Matrix. Edição BBB-11 Cromagnon.
Essa é também a ideologia de dominação de políticos africanos tipo aqueles responsáveis pela instalação e manutenção, em trajes civis, das motivações alegadas pelos militares da Guerra-Fria quando debochadamente punham culpa em todas as mazelas sociais (inclusive as motivadas pela corrupção) nos comunistas.
O governo totalitário comunista não poderia ser instalado num país que canta “tô nem aí, tô nem aí, não me conte seus problemas que não quero ouvir”. O governo civil que mantém uma atitude com relação à Educação e à Reforma Agrária a mais demagógica possível.
Um governo que continuará fazendo de conta que tudo o que pode ser feito pela educação no país é preparar a grande maioria de seus filhos e filhas para ser personagens de terceira categoria de uma geração mais perdida do que aquelas amigas do Ronaldinho, que ele diz ter-se arrependido de futricar.
A africanização dos argumentos oficiais do Governo do país, sua atitude com relação à educação, equivalem à sede de violência social vista apenas nos países africanos atuais, tipo Líbia , Irã, Tunísia, Argélia, Angola, Egito, Iêmen, Jordânia, Barhrein. Tantos outros.
Em realidade são os políticos da morte. Mortos-vivos representantes atuais (pós-Hitler) do “Reich Dos Mil Anos”. Eles exercem poder político através das instituições bancárias pertencentes ao “Reich Dos Mil Banqueiros”. Apossam-se da alma coletiva de seis e meio bilhões de pessoas através dos enlatados, das novelas, da programação midiática da TV tipo BBB Cromagnon-11.
— “A Praça É Nossa Dos Três Poderes É Nossa. Como O Céu É Do Avião!!!” Dizem elles. E estão certos. A submissão política, jurídica, patriarcal dessa Matrix cabocla, mais conhecida como “Miranda, a República onde todos vivem cantando na corda bamba o Samba do Criollo Doido”. Todos os dias. Estão tão condicionados socialmente, que ignoram estar fazendo o papel social de damas de honra dos ronaldinhos. Dos ídolos do futebol divulgados e idolatrados pelas mídias.
Todos pagam ingresso para vê-los monitorar as emoções do polvo brasileiro, reduzindo suas ilusões à educação e à cidadania, a pó. A "pó".
Um país com um ex-presidente Analfabeto, com sua alfândega de boas-vindas ao ditador iraniano, a diplomacia do Itamaraty marionetizada por nada menos que Ahmadinejad .
Não mais haverá revoltas coletivas numa humanidade sob a dominação satanizada de Matrix. As multidões cansadas de ser controladas sadicamente por ditadores políticos que simplesmente se apossaram de suas vidas, de sua força física de trabalho, de sua força intelectual. De trabalho. Mas a tecnologia os submerge em todos os tipos e modelos de catarse. Pessoal. Social. De modo a que não tenham nunca ânimo para questionar nada. Tornar contraversa essa realidade de suas vidas vazias de sentido, pessoal e coletivo, menos ainda.
Existem uns poucos parlamentares na “Praça É Nossa dos Três Poderes” que contestam a ideologia vigente no Parlamento nacional. Esses, minoria absoluta, presumo, queiram dizer: — “Nós, os políticos tiriricas com essa democracia estalinista, queremos fazer a Reforma Política, a Reforma Agrária (todos esqueceram que ela ainda está por fazer), a Reforma Tributária sem a qual a Educação, a Saúde, a Segurança, o Saneamento Básico, o sistema Estatal, os aeroportos, as escolas públicas fisicamente sucateadas, A Reforma dos Estatutos Das Empresas de Produção de Entretenimento Social, tipo Rádio & TV, (sem as quais) decretamos a falência total das instituições republicanas brasileiras.”
— “Sem as quais decretamos o sucateamento sumário e irreversível da Educação, das gerações de crianças e jovens dela dependentes.” A falência do Estado democrático que convive disfarçadamente, como se ignorasse que O ESTADO DE SÃO PAULO, hoje, dia 25 de Fevereiro de 2011, faz 574 dias que o jornal homônimo permanece sob censura. Nenhum desses parlamentares titiricas leu, sequer de relance, a Constituição?
Se a contemporaneidade faz-de-conta que não está sendo vítima dessa política do entretenimento para Criollo Doido nenhum botar defeito, Amanhã teremos uma geração ainda mais intensamente vidrada (hipnotizada) por personagens tipo o casal claramente demencial de Crepúsculo, e seus amigos escoteiros. As personagens do entretenimento básico que mantém as mentalidades dessa Matrix caboclla, globalizadas na infantilização.
Algumas garotas levam tão a sério ser projeções das personagens “crepusculares”, que, elas também, dizem a seus namorados (contaminadas pela empatia), como se fossem reencarnações globalizadas de Cinderelas pós-modernas, que “antes do sol nascer eu preciso voltar para casa para não virar cinzas”.
Muitas delas sonham em fazer uma hemodiálise, inoculando nas veias o sangue das personagens desse cinema tipo “c” na produção de avaliação intelectual mínima. Elas, querendo ou não inovaram esse processo regressivo de empatizar personagens que, supostamente, as faz sentirem-se diferentes uma das outras. Tão diferentes. Tão iguais.
Personagens de carteirinha do fundamentalismo midiático imposto por Matrix. A Matrix globalizada. Que horizontaliza a mentalidade mundial, em troca do dinheiro do ingresso na bilheteria do cinema. De que modo não apenas saber, Não apenas a mente ler, mas fazer alguma coisa no sentido de mudar a viagem dessa compulsão cromagnon? Movimentar-se no sentido de não ser vitimado ou vitimada pela propaganda midiática da Central Park Matrix, mas também da Matrix Caboclla S/A?
— Ora, direis, viver dois séculos em 70 ou 90 anos... Desejando atingir aquele distanciamento vital entre seus contemporâneos e seus filhos e os filhos destes, há que ousar viver dois segmentos que até hoje pareciam ser antagônicos e inconciliáveis: a obtenção de conhecimento acadêmico, através de livros, e a vivência emocional, de liberdade, na paisagem aberta da cultura solar dos sítios históricos e das praias. Ou seja: ao mesmo tempo que se diverte, adquire cultura literária sem as limitações das contingências acadêmicas. E as do sofá.
O livro A Mochileira (Thundra) defende esta possibilidade de fazer sair do casulo supostamente protetor das estruturas burocráticas, acadêmicas, uma geração que precisa ter um espaço de liberdade para repensar a si mesma e às culturas das gerações que as precederam. Que precisa ser tutora do mundo do próprio destino. Tutora do próprio umbigo. Tutelar, defender, amparar, afirmar sua vida própria, sem a qual jamais conseguirá compreender o que significa liberdade. De Pensar, De Agir.
Abrir caminhos, sair da dependência de um status pseudo-respeitável, no qual a criminalidade, a compulsão cromagnon, ameaçam crianças e jovens que dormem debaixo da suposta proteção policiada dos cobertores familiar, acadêmico, profissional. Precisam sair, urgentes, do “status” deletério de tvespectadores da sala do sofá. Robotizados pelos logaritmos do Google.
O saber acadêmico da filosofia das ciências sociais, precisa de novos referenciais. O mundo mudou, “a verdade está lá fora”. A verdade é que você não faz, mínima mente, por onde superar esses mecanismos dantescos de substituição, transferência, e catarse psicológica e parapsicológica. Pessoal e coletiva.
As teorias das academias estão defasadas. Os descompassos e as discrepâncias entre gerações são apenas mochochos de adolescentes que se acham ladinas, mas que não têm respostas para suas perplexidades e indagações. Indaga Ações. O planeta precisa ser gerido por outros e novos paradigmas. As escolas e academias por outros e novos professores. Pagos para ensinar, e não para se aproveitar da situação de falência de valores, para também dar sua contribuição à economia do entretenimento e da demência vulgarizada pela mídia TV dessa Matrix Caboclla S/A.
Não se deve, presumo, gerenciar uma sociedade totalmente motivada por inusitadas sugestões de comunicação e informação cibernéticas, como se essa sociedade ainda fosse motivada por uma cultura econômica da Idade da Pedra. Com professores da Idade da Pedra, ganhando salários da Idade da Pedra para fazer de conta que estão a educar crianças e jovens que realmente mostram ser da Idade da Pedra.
A MATRIX CABOCLLA (“CHININHA”)
Essas crianças e jovens vão aprender auto-estima com quem? Respeito próprio e mútuo com quem? Não com esses professores que não têm direitos, nem hora, nem cidadania, por que não ganham, exceto para passar as vidas lutando inutilmente por uma migalha de salário e de cidadania.
Seus alunos e discentes vão aprender cidadania e direitos com quem? Com mestres que ganham menos de dez por cento dos salários parlamentares? Menos de dez por cento do salário dos parlamentares tiriricas. Que não têm mínimo compromisso com a educação. Com mudança de paradigma político, econômico, social. Simplesmente porque não sabem o que é essa coisa de paradigma. Inusitado.
— “Será alguma gracinha do Tiririca?” Perguntará alguma "inteligente" excelência.
Desses pralamentares que não têm mínima responsabilidade para com uma mudança de Paradigma na educação. Nem no presente, muito menos no futuro inexistente de milhões de crianças e jovens. Sempre dispostos a jogar a bola da educação em direção a um futuro sempre adiável. Sempre despresente. Sempre amanhã.
O planeta no 3º Milênio poderá não vir a ser uma espécie de multinacional multinterativa da incerteza, do arbítrio, da criminalidade, da poluição. O mundo poderá pertencer à certeza de que as novas gerações que o estarão habitando neste 3º Milênio, precisam de novas estruturas direcionadas às suas novas necessidades de educação (comunicação), de auto-aprendizado. E precisam exercitá-las, ontem, hoje, aqui, agora. Fora do sofá onde consomem todos os tipos de drogas. As mais perigosas, gerenciadas pelo controle remoto e o olhar.
Não levar quatro décadas para sair às ruas por MUDANÇAS JÁ!!!
Quarenta anos (40 anos, quatro décadas) é uma Temporada No Deserto. Terão crescido, com os salários registrados em carteira, e se habilitado à uma aposentadoria de funcionários da burocracia degenerada da Matrix Globalizada S/A. A Matrix da Praça É Nossa Como O Céu É Do Avião Dos Três Poderes.
Similar ao regime político de Kadafhi, na Líbia. Um, entre dezenas de exemplos. Ou Ahmadinejad, o amigo do peito do ex-presidente Analfabeto e sua “troupe” de embaixadores que frequentam o trottoir diplomático iraniano.
O novo Milênio poderá ser início de uma nova política, uma outra ciência, uma outra arte, agenciará, talvez, uma outra história, uma outra cultura. E ninguém poderá fazer isso pelas novas gerações: educá-las para compreendê-lo e administrá-lo. Os pais devem ter o desprendimento de incentivar os filhos a sair de debaixo do cobertor aconchegante da sala do sofá, em direção à busca de soluções para um mundo novo, com novos habitantes, descendentes da raça sapiens/demens atual.
Os aprendizados, acadêmico e emocional, acredito, precisam ser dinamizados num mesmo campus, aonde a dinâmica das iniciativas de livre aprendizado não esteja real e subliminarmente policiada. Os esbirros de Matrix estão em todos os lugares. Aonde quer que existam corpos, docente e discente, hierarquizados, politicamente, por uma administração institucional tipo a política de animação republicana mostrada nos desenhos das personagens da sociedade paleolítica (paleopolítica) de Ana Barbera.
Em Matrix a didática burocrática dos mestres é educada para fazer mais e mais vítimas: (“Teme os mestres/Que coabitam conosco/Os mestres estão entre nós/Feitos de covardia e preguiça/O homem novo/Candidato a soldado/Escolheu seu pobre destino”).
O filme, “Sociedade dos Poetas Mortos”, é também sobre os poderosos mentores dessa didática de cabresto, já denunciada por Raul Pompéia no romance sincretista “O Ateneu”. Estudantes não são gado, não precisam de vaqueiros, alguns cheios de empáfia e de conhecimento defasado. Estudantes não são soldados, não precisam estar sendo vigiados por um curriculum de burocratas de caserna, por uma “educação” para a insegurança cercada de seguranças por todos os lados.
DÊEM UMA CHANCE À GERAÇÃO EMERGENTE
DE IR À FONTE E NÃO APENAS À ÁGUA
O que um escritor pode fazer neste início de milênio para que MUDANÇAS JÁ Aconteçam? Cada um encontre seu caminho. Ao escrever o romance A MOCHILEIRA (Thundra), fiz um tanto de minha parte. Mostrando que o aprendizado lúdico, no campus livre e solar nos acampamentos das praias, onde as pessoas não têm obrigação de preservar máscaras nem prestar homenagens a hierarquias do cartão de ponto, é um lugar onde todos podem aprender com todos todo tempo (com as personagens de livros, também). Enquanto vivenciam a emoção das paisagens, e ao mesmo tempo podem viver instintivamente.
Depois desse aprendizado, pessoal, coletivo, nessa universidade a ceu aberto, livre, Alguns raros elementos de uma geração terão, talvez, condições morais de escolher um caminho que não seja ditado pelas necessidades do interesse social dirigido por governos a serviço dos conglomerados da propaganda e serviços de cama e mesa, com as receitas culinárias contumazes tipo a da mulher do papagaio.
A ideologia da “liberdade” criou o slogan: cada um por si e o inconsciente contra todos. O 3º Milênio talvez possa mudar de slogan: cada um por si e o inconsciente em favor de todos. Uma luta sem quartel está se travando pela posse da alma humana das novas gerações. Uma luta ideológica. Uma luta política. Uma luta econômica. Uma luta tipo Mein Kampf (“Minha Luta”). O "Reich Dos Mil Banqueiros" é uma criação de Adolf Hitler. O possesso.
Ora, se esses ditadores e seus amigos não reconhecem a historicidade incontestável do Holocausto, como vão reconhecer que estão administrando um campo social de concentração de traficantes, prostitutas, e todo tipo de homoantropóides que se querem prevalecer das necessidades emocionais dos banqueiros de Matrix, ampliando-as. Como se a sociedade tivesse a obrigação social de aceitar até a desidentificação com seu DNA bissexual, como se todos tivessem nascido com tecidos simultaneamente testicular e ovariano.
O fim das ideologia maniqueístas, políticas, jurídicas e econômicas, não é o fim da história. Mas poderá ser o começo de uma nova História.
Que direitos individuais podem ser preservados na cultura pós-moderna, se as novas gerações não forem chamadas a brigar pela busca e conquista de seus próprios valores, de sua própria alma? Se as pessoas não têm mecanismos reais e eficientes de protesto contra esse modelo de pós-possessividade, em breve podem perder todas as suas liberdades (se é que já não as perderam. Irreversível mente). Se é que poderão recuperar um dia a noção moral de sobrevivência. Se é que já não a perderam. Definitiva mente. Estar possesso é o estado considerado normal pela ordem sistêmica vigente. Possesso por consumir.
É preciso, suponho, que o indivíduo seja orientado pela educação escolar e acadêmica, no sentido de conseguir obter uma verdade. A verdade do conhecimento. A verdade de sua condição. Que deveria estar sendo ensinada nas escolas e academias. Que não a academia e a escola da sala do sofá. Os professores são os participantes do BBB Cromagnon 11. 11 De Onze de Setembro. 2001. Lembram? Lembrar é aprender e não permitir que se repita. Os dois falus gêmeos, lado a lado. Caíram. Neo-Pós-Moderna mente. A dominação da Matrix ocidental enfrentada pelo terrorismo islâmico. Ambos ávidos de poder. De dominação. Global.
Como esses grandes irmãos e irmãzinhas podem optar por denunciar os horrores presenciados se são parte integrantes, segmento e extensão desses horrores? Se ele, indivíduo, os admite, convive passivamente com eles na realidade da “modernidade” da telinha, Na sala de jantar? Como são globalizadas as pessoas da sala de jantar. Mas as pessoas da sala do sofá...
MODERNO, MODERNISMO, MODERNIDADE, PÓS-MODERNIDADE
A palavra moderno vem do século XVIII, a origem latina e o significado estão associados à imitação do antigo. Habermas, crítico do pós-modernismo, escreveu que “o fascínio exercido pelos clássicos do mundo antigo sobre o espírito dos tempos posteriores, dissolveu-se, pela primeira vez, com o ideal do iluminismo francês. Para ser preciso, a idéia de que ser moderno implica voltar aos antigos, mudou com a crença no infinito progresso do conhecimento, no avanço em direção ao aperfeiçoamento social e moral.”
Dêem uma chance desse aperfeiçoamento acontecer. Não é encarcerada no conforto da caverna moderna, que a nova geração vai descobrir que possui uma alma individual que deve e pode ser preservada. Permitam que possa criar seu próprio aperfeiçoamento, sua própria moral, se for capaz. A descoberta do inconsciente, no qual tempo e espaço inexistem, o tempo se estabelece enquanto referencial cronológico e espacial em um mesmo momento. Isto significa segurança, apoio, sólida estrutura psicológica para o indivíduo. Que pai mais protetor pode zelar por sua integridade?
Lacan afirma que as temporalidades de nossa experiência individual (passado, presente, futuro) estabelecemos através da linguagem. Que campus existe mais livre para exercitá-la do que as praias desse Pindorama continental?
Exercitar todas as linguagens pertinentes, todas as estruturas latentes, todas as vidas reais e virtuais de uma geração que necessita sair do esqueminha de terreiro, de patota, de igrejinha, de turma da esquina, de torcedores de times de futebol, e ampliar os horizontes reais e virtuais de uma nova cultura universal. Sem que sejam parte de uma quadrilha. Não encarcerem o futuro do planeta num quartinho multimídia, numa sala de jantar pseudo-interativa. Sem desenvolvimento emocional, intelectual, pertinente ao progresso moral do indivíduo e da sociedade.
Não transformem em esquizofrenia o potencial mental de uma geração, de uma nação, de um planeta. Por não saber promover a continuidade temporal da vida, o esquizofrênico está condenado a sobreviver num eterno presente. A linguagem multitempo, multiinterativa, a troca de informações de mente a mente, de micro em micro experiência, de jovem a jovem, pessoa a pessoa, sob o luar de um acampamento numa praia de Pindorama. . . Os riscos de acontecer algo de ruim a um membro da confraria das mochilas, é menor do que os perigos a que está exposto um jovem habitante da cidade, urbanizado, sujeito à violência subliminar e real numa metrópole fritzlangueana.
As aquisições da mente presente são parâmetros para se navegar subjetivamente entre o passado e o futuro. Dizer que o tempo é irreversível equivale afirmar que a terra é plana e centro do universo. Wells, Clarke, Llosa, Rosa, Joyce, Goodnews, Proust, Woolf, Eliot, a Física experimental, fornecem dicas instigantes de que somos todos viajeiros do tempo (“Eterno viajor de eterna senda”, escreveu o poeta). A máquina do tempo não é apenas um projeto irrealizado da Física, É o imaginário em ação. Não o imaginário da garota que deseja voltar logo para casa (antes do sol nascer) por que senão vai virar cinzas. A pele vai queimar, na sala de estar do cinema “Crespuscular”.
O romance A MOCHILEIRA (Thundra), começa com um jovem estudante de história da USP que se concede a chance de viajar interna e exteriormente, reagindo desta forma à inegável perda da liberdade, à exacerbação da eficiência dos fatores históricos tiranizantes, agindo dentro da universidade. Travava-se uma guerra interna que, como todas as guerras, era feita para criar fantásticos débitos institucionais. Débitos baseados no princípio de capitalização de “elites”, políticas e econômicas, com a finalidade de exercer comando, comunicação e controle a partir de uma tirania social de dominação comportamental da sociedade globalizada pela ignorância, pela mediocridade, pelo entretenimento de chutadores de “bola”.
O personagem central do romance A MOCHILEIRA trancou matrícula na faculdade, e “Pé na Estrada”, desde que não se adaptava à idéia de obediência e subserviência a uma tirania política e econômica. Uma tirania que lançou este país numa espiral de corrupção que vai terminar apenas quando o Saci cruzar as pernas: nunca.
Acredito que a literatura deve encontrar uma forma de desmascarar a obscuridade da intenção dos que desejam ver esquecidos os períodos de tirania política que deram origem à cultura midiática atual: do horror e da luxúria.
Do tipo de aprendizado escolar e acadêmico que origina comportamentos sociais, cada vez mais intensos, de uma patologia social incontrolável: são todos alunos saídos de uma escolarização socialmente paga para disseminar a baixa racionalidade do tráfico, da repressão e da criminalidade. Os tolos (todos sempre muito espertos) se adaptam à condição de analfabetos anímicos.
Esses espertos saídos das escolas e academias de ensino atuais, ainda não descobriram que a luta entre ideologias foi apenas uma máscara para encobrir os processos de como se estabelece o controle econômico do consumo dos indivíduos numa sociedade. Usando para isso a atual estrutura familiar. Um funcionário de empresa estatal ou privada, ser denominado competente executivo, em nada vai mudar o comportamento burocratizado que dele se espera.
As “quadrilhas Nova” (Bourrougs) se compunham para motivar as ações dos habitantes de uma e de outra área de influência, no sentido de armarem-nos para lutarem entre si, enquanto faturavam bilhões de dólares e rublos, se capitalizavam, para fazer novos investimentos e abrir novas áreas de influência e atuação. Tirânicas. Semelhantes às atuais ditaduras africanas. E democracias quejandas. Sim, tudo bem (?) você vai sempre ter uma situação ruim sentado no sofá da sala de jantar sob o comando, comunicação e controle das mídias a serviço da "Quadrilha Nova". É isso que você quer?
A tirania do consumo pelo consumo, da vida pela vida, da arte pela arte gera uma gratuidade amoral de sobrevivência baseada na virulência dos esquemas de subserviência que gerem, atual (e perigosamente), as relações da sociedade. Da dita “alta sociedade” globalizada, principalmente. Sociedade globalizada pelo nazismo autoritário exercido pela pirâmide sistêmica do poder pelo poder. Quem mais possui ativos financeiros tem todo o direito de corromper e degenerar quem não possui tanto poder quanto. Os submissos do capital. Pessoas tipo “topa tudo por dinheiro”. Pessoas lobotizadas na sala de jantar.
Miller, por sua vez, afirmava admirar escritores que tinham uma misteriosa qualidade metafísica, oculta, que ultrapassava as fronteiras da literatura. “As pessoas lêem para se entreter, para parar o tempo e se instruir. Eu nunca leio para parar o tempo ou me instruir. Leio para sair de mim mesmo, ficar absorto. Estou sempre buscando um livro que me ajude a sair de mim mesmo.”
Para Hemingway, um escritor sem senso de justiça e injustiça ganharia mais editando anuários de uma escola para crianças excepcionais. Dizia que o dom mais importante de um escritor é um detector interno de baboseiras à prova de choque. “Este é o radar do escritor e todos os que mereceram este nome tiveram um”. Têm.
Cocteau se dizia habitado por uma força ou ser do qual pouco conhecia. Disse ter escrito “Les enfants terribles” a partir da observação de uma família isolada da vida em sociedade. “O ser em mim não queria escrever sobre isto, bloqueio total. Havia na história real alguma ligação com os Estados Unidos. Um mês inteiro só olhando o papel feito bobo, incapaz de escrever o que quer que fosse. Então, um dia, ele começou à sua própria maneira. Comecei a escrever 17 páginas por dia. Fluía bem, eu estava gostando. A arte é o casamento do consciente com o inconsciente.”
Picasso dizia ser preciso muita coragem para ser original. “A primeira vez que uma coisa aparece desconcerta todo mundo. O mau, é lógico, precisa ser canonizado, porque o bom é o familiar. O novo é uma falta. É sacrificando as faltas que criamos.”
Garcia Marquez achava engraçado que os maiores elogios para seu trabalho fossem dirigidos à imaginação. “Na verdade não há uma única linha sobre meu trabalho que não tenha sua base na realidade. O problema é que a realidade do Caribe parece ser a imaginação mais desvairada.”
Vonnegut Jr. acredita que “o trabalho do escritor é apresentar confrontos, para que os personagens digam coisas surpreendentes, façam revelações, eduquem e divirtam seus leitores. Se o escritor não sabe ou não quer fazer isso, deve retirar-se do negócio.”
A opinião de Burgess: “Somente através da exploração da linguagem pode a personalidade ser induzida a admitir alguns de seus segredos, pela extensão do vocabulário, pela cuidadosa distorção da sintaxe, pela exploração de vários mecanismos prosódicos tradicionalmente monopolizados pela poesia, determinadas áreas indefinitas ou complexas da mente, podem ser apresentadas com mais competência do que no estilo de, digamos, Irving Stone ou Wallace.” — O conhecimento nos torna responsáveis por nós mesmos.
Segundo Wallace: “A liberdade verdadeira envolve atenção, consciência, disciplina, esforço e capacidade de, efetivamente, nos importarmos com os outros no cotidiano, de forma trivial, talvez medíocre e certamente pouco excitante. Essa é a liberdade real. A alternativa é a torturante sensação de ter tido e perdido alguma coisa infinita... A Verdade com V maiúsculo diz respeito à consciência de que o real e o essencial estão escondidos na obviedade ao nosso redor.
No que devemos lembrar repetindo sempre: isto é água. Isto é água. É extremamente difícil lembrar disso e permanecer consciente e vivo um dia após outro."
Todos somos, fomos ou seremos jovens um dia. Todos os que um dia foram jovens sabem que a juventude é conformista, que, com frequência, como diria Burguess, eleva a ignorância à condição de virtude. É pouco preocupada com valores dissidentes. Tão orgulhosa de ser, tão segura de que somente ela sabe das coisas.
A realidade é que a juventude desperdiça-se ao assumir facilmente as solicitações de uma cultura comprometida com a tirania estalinista do senhor Mercado. E ainda existe quem acredite que vivemos sob as influências de um regime democrático. É muita ingenuidade globalizada.
Para que a juventude possa aprender a aprender, é preciso que lhe seja fornecida a oportunidade de sair dos esquemas de aprendizado burocráticos. Isto não quer dizer ignorá-los, mas usufruir a oportunidade de vê-los com um certo e providencial distanciamento crítico.
O campus continental de Pindorama os espera de sol, mar e luar abertos.
Vc decide: Estamos No Mundo Para Nos Salvar, Crescer Ou Ser Escravos?