Paraíso de Sabão
Santos dias de ojeriza e ácido
Vermes penetrantes do ego
Com memórias adocicadas, lampejam
Inconstante e fervoroso desejo.
Sentimentos circunspetos no espeto
A alma vaga mais do que os bruxos
Com palmilhas de couro nas mãos
A livrar da cara o pejo decíduo da solidão.
Não apeie, não!
A língua assumirá o escarlate
O apertar, como marulhar sobreviverá
Temos de ser ingênuos.
Acreditar no transplante intersticial
(ferro quente na córnea)
É interceder pela vida
É saponificar a hidroxila
E retornar ao paraíso.