Paraíso de Sabão

Santos dias de ojeriza e ácido

Vermes penetrantes do ego

Com memórias adocicadas, lampejam

Inconstante e fervoroso desejo.

Sentimentos circunspetos no espeto

A alma vaga mais do que os bruxos

Com palmilhas de couro nas mãos

A livrar da cara o pejo decíduo da solidão.

Não apeie, não!

A língua assumirá o escarlate

O apertar, como marulhar sobreviverá

Temos de ser ingênuos.

Acreditar no transplante intersticial

(ferro quente na córnea)

É interceder pela vida

É saponificar a hidroxila

E retornar ao paraíso.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 03/11/2006
Reeditado em 03/11/2006
Código do texto: T281011
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