VERDADE OU LENDA?


Cortar-se na própria carne pode doer, fazem não;
Porém, o salário mínimo de chorado apenas míngua
É como se uma ferida que todo ano inflama
Causa febre dor no corpo dor de cabeça até íngua.
Para os que fazem as leis e é somente o que fazem
Bem pior que tudo ainda é que fazem as próprias leis
Não sabem o que é sentir dor o que é falta de nada
Porque nadam no que é nosso e sentem-se como reis.
Para os donos do poder a única coisa que falta
Todos conseguimos ver que é falta de amor
Pelo país, pelo povo depois de se eleger.
O pobre assalariado rói as unhas pra viver
Aprende a fazer milagre, a multiplicar os pães
Fraquejam algumas vezes, mas quando caem é de pé
Pois dependem da coragem, da luta do dia a dia
Remando contra a maré, fingindo às vezes alegria
Pra esconder da família a tristeza de não ter
Muitas das vezes a comida, o pagamento do mês
Do casebre aonde vive tentando de todo jeito
Elastecer o salário pra puder sobreviver.
Com um sacrifício danado seus filhos até estudam
Pra ver se a situação muda fazem as malas e vão embora
Tentar um lugar ao sol distante do seu país
Em busca de alguma chance de crescer ser mais feliz.
E de lá, para onde forem reconhecidos os valores
Mesmo num pais estranho e sentindo-se, sozinhos
Mostram que o salário mínimo pode ser multiplicado,
Até mais valorizado mesmo tão longe do ninho
Para quem acreditou e foi à luta buscá-lo.
Não importa qual destino vai multiplicar o mínimo
E orgulhoso da vida volta mais realizado.

Brasília, 22/02/2011