VIDA EM CENA
Ai de mim, ai de mim!
Mascarado
Preciso ser assim
Para cada situação
Um alguém diferente
Será isso bom ou mal?
Não sei
Eu mesmo, eu mesmo
Raramente apareço
Muito raramente
Seleciono os meus vários personagens
Conforme o enredo da peça
E no palco da vida
Os enredos se misturam
Algumas vezes são cômicos
Outras trágicos
Mais quase o tempo todo
Dramáticos
Carregados permanentemente de uma pequena e recorrente angústia
O coração atravessa as cenas sempre sob forte aperto
Certas horas, parece que vai explodir
Noutras, derreter
Máscara, mundo, conflito
Carrego o quinhão de miséria que legaram
Até quando?