Como pode ser de se ter tantos amigos
e, no entanto, sentir-se assim tão só?
As pessoas, depois de um certo tempo,
passam a conviver bem com a sua imagem
(corporificada, material) no corpo que abraçam
que tocam e que beijam, que afagam...
Parece muito, parece bom, mas não é,
a essência segue intocada...
Se te perguntam como vai
é desperdício responder,
é pura retórica das relações humanas.
Ninguém de verdade quer ouvir e nem saber,
entrar com você no quarto escuro,
descer com você os assombrados porões
nem se perder em seus labirintos
(Eu sinto muito, mas nada mais sinto...)
Ninguém vai te seguir no árido deserto
Nem entrar à noite na floresta escura
A cata de um sortilégio, um segredo
Ninguém desce com você aos infernos
Resposta retórica: Eu vou bem! E você?
Tenho fome de dialética
sede de qualquer coisa poética
mesmo que se pretenda profética
e que soe assim meio hermética
Tenho apenas o tolo desejo
Imenso e incontido
De existir para você
E, sem retórica, se existo
É só por amar você
(Não sei mais como e nem por quê...)
Pode matar essa dialética,
o silêncio tem que ter o que comer...
e, no entanto, sentir-se assim tão só?
As pessoas, depois de um certo tempo,
passam a conviver bem com a sua imagem
(corporificada, material) no corpo que abraçam
que tocam e que beijam, que afagam...
Parece muito, parece bom, mas não é,
a essência segue intocada...
Se te perguntam como vai
é desperdício responder,
é pura retórica das relações humanas.
Ninguém de verdade quer ouvir e nem saber,
entrar com você no quarto escuro,
descer com você os assombrados porões
nem se perder em seus labirintos
(Eu sinto muito, mas nada mais sinto...)
Ninguém vai te seguir no árido deserto
Nem entrar à noite na floresta escura
A cata de um sortilégio, um segredo
Ninguém desce com você aos infernos
Resposta retórica: Eu vou bem! E você?
Tenho fome de dialética
sede de qualquer coisa poética
mesmo que se pretenda profética
e que soe assim meio hermética
Tenho apenas o tolo desejo
Imenso e incontido
De existir para você
E, sem retórica, se existo
É só por amar você
(Não sei mais como e nem por quê...)
Pode matar essa dialética,
o silêncio tem que ter o que comer...