Despojada

Despojada

Vanderli Granatto

Finjo ser alguém com muitos ideais.

Em realidade sonho,

Sonhos um tanto arraigados;

Subo pequeninos degraus.

Vida real; pura simplicidade!

Quisera não me esquecer jamais.

Intimamente, despojo-me de querências,

São tantas, que me abatem,

Nascem dentro de minh' alma,

Um querer e desejar que não tem jeito.

Sacolejo as emoções,

Digo não, às fantasias.

Sigo interpretando o ato da vida,

Como quem nada quer, mas;

Quero de fato o mundo abraçar.

Abraço causas, não a meu favor,

Parece que jogo o jogo da vida, contra mim.

Me desdobro toda, somente pra ver o outro feliz.

Esqueço-me; a felicidade pessoal, íntima, se distancia,

Cada vez, mais e mais...

Quero ser diferente do que sou,

Olhar-me de frente mas, não me libero.

Presa às rédeas da timidez em demasia, prossigo.

Persisto no erro, finjo estar tudo bem,

Não atinjo meus ideais, morro aos poucos.

Envolta na sombra do meu pensar.

Somente sei, que tenho amor em demasia,

prontinho para doar.

Vanderli

Em 20/02/2011

Botucatu/SP