A sombra do que sou
Não cabe a mim uma exposição perfeita do que sou
Nem a convivência com outros me define
No dia-a dia me revelo, num espelho escuro,
Há um muro entre o que sou e o que quero ser
Na comunicação com os meus pares
Irmãos, nem a alma gêmea que me tem
Nos momentos noturnos de prazer e gozo
É capaz de me sondar completamente
Pois quando penso e falo, não sou quem digo
Na verdade é outra alma que de tanto se esconder
entrou em mim, para figir que mente.
Como vejo o mundo me revelo, mas a outra que houve
Não percebe, vê em mim aquilo que deseja
Na poesia efêmara desta vida
A imagem do belo que verserja