Afrenia

Não sei se era dia ou noite,

Não havia consciência temporal.

Só depois percebi; muito depois.

Mas aí tudo já se perdera.

Primeiro desceram de mim

Os noventa e seis rios soberbos

Das doze geleiras capitais,

Fundidas sob um fulgor magnífico.

Depois, multiplicaram-se, estes rios,

Em centenas de capilares azuis,

Nervosos e densos (pulsantes),

Rugindo no tapete de finas listras.

Agora é o caos; uma convergência vã,

Incerta, desprovida das certezas eternas.

Perderam-se os pontos cardeais, todos.

Inútil pensar; nada mais importa.

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Luiz Vila Flor
Enviado por Luiz Vila Flor em 19/02/2011
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