[Esses Vastos Continentes...]
Na minha ingenuidade, eu pergunto...
um perfume, uma colônia sutil,
só tem sentido pleno, só completa
a sua magia, o seu encanto,
só realiza a sua máxima atração
quando sentido a partir da pele,
e não da amostra da vendendora?
Em desconexão a essa sandice minha,
torno a perguntar: quem, quem neste
mundo haveria de me prender junto a si,
de me ter como que encantado
pela magia suave da sua pele perfumada,
quem haveria de me possuir
justamente pela liberdade que me dá?
Ah, como a gente pode passar uma existência
inteira sem chegar a uma síntese dessas,
e como são vastos os continentes
dessas dúvidas elementares, como são vastos...
Navegaremos tão longe, tão longe... para nada?
[Penas do Desterro, 19 de fevereiro de 2011]