[Esses Vastos Continentes...]

Na minha ingenuidade, eu pergunto...

um perfume, uma colônia sutil,

só tem sentido pleno, só completa

a sua magia, o seu encanto,

só realiza a sua máxima atração

quando sentido a partir da pele,

e não da amostra da vendendora?

Em desconexão a essa sandice minha,

torno a perguntar: quem, quem neste

mundo haveria de me prender junto a si,

de me ter como que encantado

pela magia suave da sua pele perfumada,

quem haveria de me possuir

justamente pela liberdade que me dá?

Ah, como a gente pode passar uma existência

inteira sem chegar a uma síntese dessas,

e como são vastos os continentes

dessas dúvidas elementares, como são vastos...

Navegaremos tão longe, tão longe... para nada?

[Penas do Desterro, 19 de fevereiro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 19/02/2011
Reeditado em 02/08/2012
Código do texto: T2801171
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