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Na cabeça


A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita. A COISA - Mario Quintana (Caderno H)

                 Aqui e ali uma prosa, um verso, um conto, um ponto a mais ou a menos. Pequenas histórias ouvidas, vividas ou inventadas... Que importa de onde vieram?
           Escrever é inscrever-se no mundo. Tornar real o inverossímil, a magia, o sonho. Mas quem escreve há que cuidar do que escreve. O cuidado de não só amar as palavras, respeitá-las, mas também se atrever a domá-las. Aquiescer mas transgredir, quando lhe der na telha...Ou não aprendemos a lição da língua Viva?E a tal licença poética?
           Caraminholas há aos montes. Enfeitadas, boas, más, convincentes, indignadas, com vestido de festa ou em andrajos. E em meio a elas, palavras pulam da prateleira do esquecimento ou da gaveta das lembranças mais caras. Oferecem-se zombeteiras, taciturnas ou indiferentes: Mas quem há de negar ou resistir a seus encantos?
             Todas querem tocar quem as lê, acariciar, abraçar, serem levadas, no coração, na alma... E eu de cá, observando-as, feito mãe de adolescentes: - Meninas, meninas, comportem-se! Se não tiverem juízo, ao menos tenham cuidado!