Acerca de um paradoxo
Há mais em meu ser, e sei disso.
Há muito mais em teu ser, e tu o bem sabes.
Mas o porquê de não romper o casulo?
Mas o porquê de não transcender?
Espera-me metamorfose, até que amadureça, se possível for.
E a posteriori mostre minhas asas.
O quando, o onde, o como e o porquê eu não sei.
Apenas sei que é necessário, é intrínseco e inerente.
Já não sei se o mundo a meu redor dá voltas ou apenas dou voltas ao mundo.
E se essas voltas são meras vaidades ou empírico conhecimento.
Vejo agora que só sei o que sei; ou melhor, o que acho que sei; se é que o sei de verdade; se é que o acho de fato.
Tenho de relutar contra a ignorância cauterizante da mente.
E conflitar com a inexorável apatia do ser pelo ser, que diverge e separa os homens.
Imprescindível é em veracidade expurgar o porão da alma, da mente e do coração;
Até que possa usufruir plenamente da prerrogativa da liberdade interior, sem ressentimentos, e pesar na consciência.
Apenas a indescritível e inaquilatável sensação e certeza de maturidade e paz interior.
Porém tudo isso é em suma uma exacerbada dualidade, pois minha própria natureza brota almejando pelo erro e a mediocridade; e a mesma posteriormente suplicará por novos horizontes, os quais desconheço e tenho incontida nostalgia inexplicável.
Acerca de um paradoxo apenas uma coisa é certa:
Sozinho nunca conseguirei progredir.
“Tudo é sempre a mesma coisa, o mesmo jeito toda vez; tudo é muito relativo”.
A plena e soberana certeza é o único meio exato e absoluto: Cristo Jesus; único caminho, fonte e luz.
Unicamente assim conseguirei sobrepujar todos os paradoxos e dualidades existentes em toda a essência humana.