Acerca de um paradoxo

Há mais em meu ser, e sei disso.

Há muito mais em teu ser, e tu o bem sabes.

Mas o porquê de não romper o casulo?

Mas o porquê de não transcender?

Espera-me metamorfose, até que amadureça, se possível for.

E a posteriori mostre minhas asas.

O quando, o onde, o como e o porquê eu não sei.

Apenas sei que é necessário, é intrínseco e inerente.

Já não sei se o mundo a meu redor dá voltas ou apenas dou voltas ao mundo.

E se essas voltas são meras vaidades ou empírico conhecimento.

Vejo agora que só sei o que sei; ou melhor, o que acho que sei; se é que o sei de verdade; se é que o acho de fato.

Tenho de relutar contra a ignorância cauterizante da mente.

E conflitar com a inexorável apatia do ser pelo ser, que diverge e separa os homens.

Imprescindível é em veracidade expurgar o porão da alma, da mente e do coração;

Até que possa usufruir plenamente da prerrogativa da liberdade interior, sem ressentimentos, e pesar na consciência.

Apenas a indescritível e inaquilatável sensação e certeza de maturidade e paz interior.

Porém tudo isso é em suma uma exacerbada dualidade, pois minha própria natureza brota almejando pelo erro e a mediocridade; e a mesma posteriormente suplicará por novos horizontes, os quais desconheço e tenho incontida nostalgia inexplicável.

Acerca de um paradoxo apenas uma coisa é certa:

Sozinho nunca conseguirei progredir.

“Tudo é sempre a mesma coisa, o mesmo jeito toda vez; tudo é muito relativo”.

A plena e soberana certeza é o único meio exato e absoluto: Cristo Jesus; único caminho, fonte e luz.

Unicamente assim conseguirei sobrepujar todos os paradoxos e dualidades existentes em toda a essência humana.

Enoque Lima
Enviado por Enoque Lima em 01/11/2006
Reeditado em 01/11/2008
Código do texto: T279540