Vermelho Elétrico

Segurou-lhe e

Tenho três quartos de informação para ti. Eu ainda pretendia te dizer um pouco mais pelo fato de que ainda estou pensando tanto assim a teu respeito, mas prefiro deixar na minha falta de pontuação a mensagem mais rígida de que você está sempre muito perto de mim apesar de toda essa distância que nós mandamos sempre sempre para o inferno. Já que é você que pode me fazer pisar (no chão), cantar (com os olhos) e mudar das figuras (de linguagem) para os filmes (fotográficos), eu te peço um pouco (modesto) de perdão.

…explicou-lhe

Um quarto (meu): você está presente pelo seu rosto, nunca pelo meu. Tem que te convencer de tudo aquilo que eu estou convencido de que você é. Há nisso em algumas mulheres de pensar estar não em si, mas presente como quem deita e conquista. Te informo que me é, pelo vulgo olhar, de admirar como simples é, sem nem conquistar a ninguém. Se o faz, então, isso te engrandece, não diminui. Você é o que você é e assim você me supera. Eu te permito.

Dois quartos (brancos): eu não tenho a capacidade, o direito, nem sóbrio e nem ébrio, de te obrigar. De te mandar ou compelir em momento algum. Eu só não posso como não sou nada capaz de fazê-lo e você é tão livre quanto eu para tudo. Tudo aquilo que você deixa de fazer, apesar de querer, por minha causa, é para mim uma homenagem e eu te agradeço, mas tudo aquilo que você você faz, apesar de não querer, por minha causa, é um holocausto que recuso e te peço perdão por sequer tê-lo pedido. Eu te espero.

Três quartos (trancados): tudo que há em você é para mim digno nunca de pena e sempre de um par de olhos completa e totalmente vidrado. E toda lembrança sua é acompanhada de uma ciência muito exata de tudo de muito bonito que vejo em ti e todo momento de chacota de teu respeito é para mim uma ofensa não vulgar, mas rancorosa. E tudo que em você me admira é um sem-par de verdades sempre muito sossas, de um gosto verdadeiro e de uma cor jovem. Eu te aprecio.

…honesto:

Imprima esses negativos que estou escrevendo, revele em papel-foto e me traga daqui a uns dois anos, quando ainda hei de estar contigo ou por ti apaixonado e me explique bem de perto que eu te sinto tanto quanto sinto, o quanto posso dizer sentimentos a você sem usar das palavras que sempre muito normalmente são usadas. Explica pra mim desse talento que eu explicar-te-ei dos talentos tantos, todos invisíveis, que você tem.

Despertou-lhe e