São Petersburgo
Disseram-me um dia desses:
Moscou fica logo ali, filho!
Na segunda rua à direita,
Duas quadras após a esquina.
A senha certa é “São Basilio”.
Nem liguei, pois em meu peito
Já se derrama São Petersburgo,
Banhada pelas águas do Neva
Mas não a Leningrado de hoje,
Senão a de Fiódor Dostoiévski.
Esta sim me comove o espírito,
Seja na densidade das memórias
Ou na angústia do jovem Ródion;
Seja no humanismo do príncipe
Ou nas dores de Makar e Varvara.
Me encanta esta São Petersburgo
De tão densos personagens.
O Neva, as pontes, os parques,
A chuva, a neve, a miséria visível;
Cinzelando meu coração imaturo.
(Minha homenagem de adolescente à Fiódor Dostoiévski.)
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