Gingado
Gingado
Ao toque da percussão
O pandeiro laça este coração
Tão arredio meu
Queimando em brasa
minha alva pele
Meu querer lateja
Pelo teu trigueiro gingar
Permitindo este ritmo mameluco
Percorrer minha branquitude
Sedenta desta
Tua
Pulsante
E deliciosa
negritude
que incendeia
minha carne tão
rosada dos lábios teus
Sambista soberbo
Escraviza orgulho meu de sinhazinha
Na avenida ao som da cuíca
O gingado da tua raça
Tão fustigada
Tão torturada
Lasciva pelo libambo
da carne branca
Dos capitães do mato
Sigo-te ,qual escrava
Açoitada no pelourinho,
cuja pele sangra
Arde, cicatriza selvageria minha
Deste insano desejo escravo teu
por tua cor de breu no
gingado crioulo da senzala.
Violetta
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