Lição cruel

Estraguei tudo. Isso que dá pensar muita bobeira. Isso que dá pensar demais. Preciso curtir mais o momento mesmo, como já ouvi tanto.

Bem que eu poderia ter ficado quieto. Bem que eu poderia ter sido mais perspicaz em perceber a situação exatamente como ela é, sem a necessidade de conversar sobre. Mas não. Caí na minha própria armadilha: a necessidade de falar tudo, de confirmar tudo, de ouvir com todas as letras, de me sentir mais do que seguro.

Quando vou aprender que na vida nunca se está 100% seguro? Que a insegurança faz parte. Que viver é arriscar-se. E que quem não arrisca, além de não petiscar, não vive.

Ahhh, se arrependimento matasse... Já que não mata, preciso viver para transformar o que fiz em lição. Precisa haver algum significado até para as besteiras que a gente faz na vida, não é possível...

Estou cansado. Em algumas coisas, sinto-me maduro demais, sério demais, responsável demais. Mas no amor, sinto-me um menino. Frágil, indefeso, incapaz. Quando vou aprender? Quando vou crescer?

Pelo jeito, só por meio de muitas dolorosas lições como esta. Próxima página então!

(Rio Preto, 28/12/2010)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 12/02/2011
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