Angustiada
Sol na minha rua
O calor sorri embaixo
Das poucas árvores
Que ainda restam
Nesse pântano concretizado
Amargurada choro
Atrás da vidraça
Vendo o tempo passar lentamente
A alegria se afasta
Olho a rua
As pessoas passam
As pessoas vivem sua história
Eu não existo
Sou uma mentira mal contada
Penso nos amores que tive
Atacam-me feito fantasmas
Encontros e desencontros
Tenho vontade de brincar de boneca
Num relance me vejo a bailar
A sala enche de magia
Adormeço no fim da tarde
Sonho e acordo sobressaltado
O trovão anuncia
Mais uma chuva de verão
Minha alma triste volta a olhar a rua
Deserta, as folhas correm do vento
Assim... se foi mais um dia...