AMARELA
Velhas folhas amareladas
tento resgatar
fuçando cadernos abandonados
e nem uma linha ou verso
encontro
que eu possa relembrar
de quando a Poesia e o Conto
me
visitavam
HOJE
tento poetar e contar
vem-me somente
as páginas amarelas perdidas
procuro
e não encontro
o tempo passou
minha história mudou
nada restando do tempo que
Amarela docemente me chamava
dizia que me amava loucamente
que seria se eu cresse
falácia esta?
talvez
teria amarela de pânico ficado
ou assustada com escolha errada
ou amarelecida e esquecida
e mesmo abandonada
mais de década uma
passou
e o que restou ao menos
de uma proclamada
e bem vivida amizade
pensara que seria eterna
ao menos
amigos
nada
o tempo passou
perspectivas no passado ficaram
promessas de amor não acontecidas
amarela escolheu permanecer
no amor paupável
e lancelot se foi
onde ficou o improviso
da literatura que ensaiávamos
dos sonhos em escrever e registrar
ao público
fica-se a pergunta
que aconteceu com lancelot
que em página nenhuma dita virtual
se encontra
onde ficou meg a dita ryen
onde ficou o denzel washington
parece que foi no agosto 97
num último aceno de adeus
lancelot em frente ao shopping dito barra
e amarela em buzuzão rumo ao infinito
uma vez se viram ligeiramente
lancelot não mais lancelot
amarela não mais amarela
falavam do que seria amor
se em passado houvera algo do gênero
eles
entre
perguntas ficam sem resposta
e o bambuzal sem sua Poesia
que esquecida ficou em seu som sussurante
que descendo a ladeira um dia ouviu
quando xerox fora lancelot tirar
de flores colhidas no caminho
e vez última oferecida para a amarela
hoje amarelada pelo tempo esquecida
fica a pergunta por aonde anda
o declarado apaixonado das Letras
e de idioma bem falado no mundo
e onde estará a questão caráter
de amizade forever
não sei
sei que
nada encontro de suas Escritas
traçadas com tanto esmero
dia deste perguntei-me
se vivente é
ficar assim tão ausente
de páginas esquecidas pelo tempo?
e esquecido de publicar
seus rebentos escritos?
não sei se seria amarela saudosa
a registrar estas linhas ou versos
sei que
muitos registros amarelos meus
não registrados foram na história
talvez
uma publicação tímida
de uma poesia ou outra
e mesmo um conto bienal
na última feira paulista
entristeço-me amareladamente
gostaria de lê-lo
como disse um amigo meu
triste você perder-se e não ser conhecida na
Literatura
suspeito que
por razão alguma
lancelot omitiu-se socialmente
por algo
abandonou o seu palco em estréias
em composições
em estudos diversos
em seu violão as cordas enferrujadas
não mais bailaram canção
que certo dia importante para amarela
cantou sentado ao chão
sentado em cima de pernas suas
e olhando profundamente ao soar sua voz
para Amarela
que se eterneceu
que dizer do dia
que Lancelot abandonou seu dia de triunfo
por ter sido chamado de metido
erroneamente
Logo ele,
você que proclamava
sinceramente Amor
e entendimento em bem convívio
Páginas amarelas ficam
a sete chaves em um pequeno cofre cinza
estas que
escondidas ficam
mas que
cogita a idéia de anunciar
Já o livro Lancelot oferecido Amarela
há quase década uma
surrupiada foi pelo genitor
que diz ter limpado caixas
quando amareladamente depressiva
retornara para a casa rosada
e não mais seus escritos achou
e nem esta dedicação
de livro exclusivo escrito
com máquina que teimosamente
registrou em teclas tímidas no trabalhar
mas que conseguiu teclar
Há ainda uma tímida esperança
duma caixa no sótao reencontrar
páginas preciosas
únicas
Amarela cogita
registrar as folhas que hoje amarelas
mas outrora pingadas em sangue
que ao ligeiro escrever
dedo machucou de alguma forma
em suas muitas emoções
e adrenalina
Que se pode dizer que restou
desta no mínimo sincera amizade?
não sei
sei que poucas fotos ficaram
quase linha alguma
de Escrita
resta a esperança
de dia um
encontrar publicadas A Escrita
vossa.
00:01 horário-sem-verão
11.02.11
sexta-feira 11
Amarela
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