Depois de tudo, estar só
Não tanto assim por opção
Estar só é mera condição
E depois de estar, tornar-se só
A solidão é tudo aquilo
que preenche as paredes
do que não se escolheu
e nem se quis, mas tem
aquilo que se tem
e nunca pode dividir
É o fim de festa
Despedir-se de alguns sorrisos
E ficar com a sujeira para limpar
Sentir que o momento pesa
E o tempo demora a passar
São dois segundos no inferno
a durar uma eternidade
Depois de tudo, condenar-se só
Sem motivo nem razão
Sem explicação para assim estar
Aprisionar-se em vazios e desertos
Conversar com os próprios pensamentos
Depois de estar só, ser só
Um tempo desprovido de momentos
Confundir com realidade
Um como que sonho que se perdeu
Misturar verdade e inverdade
Tudo que de fato esqueceu
A solidão se faz de silêncios
E tantos esquecimentos
A solidão é tentar reviver
O que ainda nem viveu
O amor se faz de solidão
O amor é pura solidão
E quem ama vive só
E morre de ilusão
A solidão do amor com certeza
É não saber mais quem é você
E você não saber mas quem sou eu
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 11/02/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2784869
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.