Eu que justamente não queria mais dizer
Desato a desandar essas tantas palavras
Não cabe em mim esse silêncio medonho
Nem cabiam as palavras desprendidas
Da quietude tão infame e descabida
Eu que injustamente pensei calar
Ponho-me a cotejar certa poesia
E nela um bom motivo para não dizer
Eu que justamente tanto me enfastiava
Dessa necessidade insana de expressar
Justamente o mais inexprimível em mim
Tomo rumo e teimo ainda em me perder
Naquilo que a poesia quase que expressa
No meio de tudo aquilo que quis esconder
Essa vontade de viver indo com tanta pressa
Como se tudo ainda agora já fosse morrer
Eu que justamente e tão fácil me contentava
Somente com esse pouco que posso querer
Dei de querer mais porque mais há de ter
E penei no insano desejo de poder ser
Aquilo que nem sonhei e nem sequer imaginei
Era tudo poesia que não sabia, mas já calava
Era tudo palavra escapando assim sem querer
Do silêncio mais absurdo em que caminhava
Desato a desandar essas tantas palavras
Não cabe em mim esse silêncio medonho
Nem cabiam as palavras desprendidas
Da quietude tão infame e descabida
Eu que injustamente pensei calar
Ponho-me a cotejar certa poesia
E nela um bom motivo para não dizer
Eu que justamente tanto me enfastiava
Dessa necessidade insana de expressar
Justamente o mais inexprimível em mim
Tomo rumo e teimo ainda em me perder
Naquilo que a poesia quase que expressa
No meio de tudo aquilo que quis esconder
Essa vontade de viver indo com tanta pressa
Como se tudo ainda agora já fosse morrer
Eu que justamente e tão fácil me contentava
Somente com esse pouco que posso querer
Dei de querer mais porque mais há de ter
E penei no insano desejo de poder ser
Aquilo que nem sonhei e nem sequer imaginei
Era tudo poesia que não sabia, mas já calava
Era tudo palavra escapando assim sem querer
Do silêncio mais absurdo em que caminhava