Depois de um tempo tudo perde o sentido
Se é que tinha ou teve, ou se virá ainda a ter
O que antes era agora é o quê?
E se agora é isso, o que é que se achou que foi?
Depois de um tempo, só se perde o senso
A noção exata de ser e estar no mundo
De se pensar tentar saber a exata noção
 
Depois de um tempo a vida andou muito
E foi além do que queria e do que podia
Deixando rastros e sonhos e restos
Os cacos espalhados do que não se quebrou
Momentos eternizados só nas fotografias
A memória do que passou e não é mais
Do que se foi e nunca mais volta, nunca
 
Depois de um tempo tudo escurece
Minha luz, tua luz, toda luz arrefece
E cansa de brilhar tanto sem motivo
Depois de um tempo apaga e acaba
E o amor cansa de ser luz e vacila
Depois de um tempo não amanhece
E o amor paira entre luz e trevas
 
Sobra amor e um tanto de luz
Em meio às trevas do caminho
No meio caminho das trevas
E a meio caminho de outra luz
Depois de um tempo é o amor
Única certeza que ainda resta
Do que resta depois que escureceu
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 10/02/2011
Reeditado em 29/07/2021
Código do texto: T2784033
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