ENSAIO SOBRE AS ACÁCIAS I
Acácias caem e pintam o mundo de ouro.
Seus pés, de medo, nao tocam o chão.
Suas mãos, por azar, se rebelam
e revelam o que está por trás do teu bosque encantado.
Teus nervos tremem tua carne e reviram teus olhos.
Tamanha é tua ânsia.
As acácias são como cachos de uvas da cor do sol.
És como a noite medonha e medonho é teu sonho.
És impura como o sangue de prostitutas
dos cabarés onde tua honra repousou os olhos,
deitou a cabeca e desabrochou os desejos
como um ramo de acácias.
E durma, anjo deles, que o demonio já carregou
- mais uma vez - tua culpa e teu pecado.
Deixando um punhado de vergonha
que se esconde nos teus bosques,
costurando feridas ainda abertas.
E sonhe com a inocência
Que deixastes cair no chão e ser pisada pela terra.
Como e diferente das flores amarelas
Que tu não se atreves a pisar.