Um Rio
O rio da minha infância
Era muito largo.
A aventura de um mergulho
Pedia reflexões,
Consultas à razão
E a razão, árbitra serena,
Reprimia o impulso.
Mas não suprimia, juvenil,
O incitamento perdurante.
E, por experimento,
Deu-se o ato,
Em recém-nascida manhã,
Quando, à primeira luz,
As caramboleiras exibiam
Diáfanos frutos
E coleirinhos ligeiros
Saudavam o dia
Em longos tui-tuis.
Tibum!
Primeiro o frio barrento,
Depois, olhos abertos,
A túrbida corrente.
Então, a luta feroz:
Membros frágeis,
Peito delgado,
Na peleja molhada
Sem testemunhas.
A cada minuto passado,
A cada metro vencido,
Mais próxima estava
A oposta margem,
O prêmio pretendido
A recompensa da ousadia.
Os minutos passados,
Os metros vencidos,
A tarefa, árdua,
Cumprida enfim.
A margem atingida e
O triunfo desfruído.
A volta foi seca, pela ponte,
Pois que a ousadia
Tinha certos limites
E se impunha.
Hoje, quando o observo,
Este rio, o de agora,
Já não me parece
Tão largo assim.
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Honra-me a participação da brilhante poetisa Vana Fraga:
"Hoje Ao Ver Este Rio Tão Sujo
Nem Acredito Que É O Dito-Cujo
Da Vontade Outra Vez Pular,
Mas Fujo!!!"
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Também me dá muita alegria receber esta a participação da doce poetisa Ignez Freitas:
"Que saudade que eu sinto,
Dos lindos rios de outrora,
De água límpida e pura,
Não assim tão poluído,
Como o vemos agora."
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