O PARAÍSO É AQUI II
A manhã chega ao seu final, já é hora do almoço.
Ajudo a preparar uma refeição bem à moda mineira:
Frango refogado com alho e cebola, milho verde com
creme de leite, quiabo, arroz e feijão...Vocês não fa-
zem idéia o sabor de uma comida dessas...inesquecível.
Depois de almoçarmos os quatro: o casal que nos rece-
be, meu marido e eu fazemos uma pausa, uma hora de
descanso...eu que não gosto de dormir de dia, fico na
sala lendo algumas revistas: Veja, Cláudia, etc, adoro
ler revistas, livros, o que cair em minha mão, só não
leio bula de remédios...
Logo vem a tarde, tomamos um cafezinho e enquanto
meu marido vai fazer uns reparos num bote inflável, nós
resolvemos jogar basquete numa quadra ali existente...
Na verdade é só uma competição de cestas...rsr
Eu não tenho prática nenhuma nisso, só joguei basque-
te algumas vezes quando era menina, na escola, faz muito
tempo...mas ao pegar a bola e tentar fazer uma cesta,
começo a gostar, e vou tentando até acertar, minha
amiga e o marido tem mais prática, acertam mais, mas
eu me empenho e consigo acertar algumas vezes na ces-
ta...fico então pensando nos jogos de basquete da minha
mocidade, quando morava perto do Clube dos Bagres, e
todos os jogos eram feitos lá...Boas lembranças...os jo-
gadores eram famosos...e ganhavam todos os jogos! Fran-
ca começava a ser uma cidade conhecida por causa do
nosso basquete e por causa das fábricas de calçados...
Então, com essas lembranças na cabeça, a tarde termina.
Antes de subir em direção à casa colho um coco verde
de um coqueiro que foi plantado ali ao lado da quadra,
coloco o coco para gelar, e vamos nos preparar para
o jantar... No momento da refeição já está geladinho,
uma delícia...e eu fico pensando na benção que é ter
assim uma bebida tão saudável num momento desses...
Depois do jantar, resolvemos ensinar nossos anfitriões
a jogar Pocker, é um bom exercício mental e uma forma
agradável de diversão...Nossas fichas improvisadas
são grãos de feijão. E vamos ensinando os jogos, a forma
de jogar, e eles vão aprendendo e ganhando algumas
partidas...minha amiga tem sorte nas trincas...faz várias
e assim vai ganhando a partida, mas no final nosso anfi-
trião aposta seus doze feijões de uma só vez e ganha
a mesa toda! E nós nos divertimos a valer...e já é hora
de nos recolhermos, a noite passou rápidamente e de uma
forma muito agradável.
Amanhece novamente, e eu sabendo que era o último dia
ali, já me apronto para entrar na água...Tomo o café bem
depressa e desço para o pesqueiro com meu marido muito
feliz...adoro água!
Deixo meu chinelo sobre a madeira do pesqueiro e vou pa-
ra a beirada da represa, não sinto nenhum temor daquela
imensidão de água à minha frente...vou entrando, primei-
ro os pés, sinto a água numa temperatura muito agradável,
e vou entrando, entrando até que a água chega na altura
da minha cintura, então começo a boiar, nadar..
Fico por ali até que meu marido vem me fazer companhia,
nadamos juntos um pouco, depois ele pega o bote e dá
uma volta dentro dele...e sobe para o pesqueiro, nossos
amigos já chegaram também e depois que nadei até ficar
cansada, subo também no pesqueiro e ficamos juntos cur-
tindo aquela manhã cheia de sol e calor!
Recebemos a visita de um sobrinho dela, que se junta à
nós e fica papeando um pouco ali, depois ele se vai.
Eu me recolho por causa do sol, não posso ficar muito
tempo ali.
Pego uma toalha, me cubro com ela e subo até a casa..
Logo todos sobem também, o calor é muito forte...
Vamos então preparar o almoço...um repeteco do dia
anterior, acrescido de uma farta salada.
Resolvemos voltar para Franca às cinco horas da tarde.
Nos despedimos já com saudades do lugar tão bonito.
E a viajem de volta é mais rápida que a ida...
Volto pensando nos dias alegres que passei naquelas
terras de Minas Gerais...naquela imensidão de água,
naquele sol, nas estrelas na noite de lua crescente.
Quem sabe ainda volto outra vez naquele paraíso!