Estrada Noturna

Em noites de breu,

Quando as nuvens baixas

Abaixo da lua, das estrelas,

Tornam o negrume medonho,

As estradas parecem sem fim

E sem curvas.

É isto que percebemos,

Somente uma reta,

(No plano cartesiano)

Equação de primeiro grau:

ax+bx+c=0.

E o silêncio?

Denso, repleto de freqüências

Que nos fazem sentir,

Desconfiados, os sons

Irrompidos de nós mesmos,

Não da matéria, muda,

Mas do extra-físico,

Pura energia,

Reverberada na negridão

Da noite alta.

O vôo do bacurau

Na faina noturna da caça

Ou o pio agudo

Da coruja-branca

(a rasga-mortalha),

Que na torre escura

Se fere ou se acasala,

Nos deixam pálidos

Na noite negra,

De longas retas

E silêncio profundo.

..............................................................................................

Visite meu blog:

TERCEIRAS INTENÇÕES (http://blog-terceiras-intencoes.blogspot.com)

..............................................................................................

Luiz Vila Flor
Enviado por Luiz Vila Flor em 08/02/2011
Código do texto: T2778946