A vida

Um cientista queria desvendar a vida,

procurava, indagava e como pesquisava,

na ânsia de saber, incrivelmente não conseguia,

sua mente um embaralhado de formas,

nas equações, na incrível matemática exata,

nem no sonho desvendava esta empreitada louca,

das células formadas, um emaranhado e tanto,

cópias reprodutivas se formam intensamente,

vem uma coordenação perfeita, incessantemente,

durante a vida as belezas se avolumam,

os vegetais, os animais, vidas incessantes,

o ser humano, que vida tão deslumbrante!

Depois, vem a morte, tudo se acaba?

Não, nada se acaba tudo se transforma,

Ele se exalta dizendo em grande lamentação:

--- Não deveria ser só transformação, e sim continuação,

Continuação das idéias, um eterno continuar dos anseios,

onde a vida desde o raiar do sol, pudesse nos proporcionar,

permitissem aos humanos uma grandiosa energia,

nestes humanos estes fantásticos seres,

porque o término numa morte, transformando os corpos,

transformando-os numa massa horripilante e nojenta!

As respostas não se enquadravam, o cientista se desesperava,

corpo já quase em frangalhos, a mente quase nas raias da loucura,

porque viver, o que agradaria os Céus, ao Criador?...

Cansado da luta, convém dizer da luta renhida

se envolve num sono profundo e sonha este cientista,

ah! Sempre nos sonhos, os humanos recebem revelações!

No sonho ele reparava num homem maltrapilho,

o homem estava sujo, caminhava tristemente à esmo,

este homem depois de um longo caminhar entra numa igreja,

era uma Catedral linda, destas que no interior parece o Céu!

O homem meio receoso, entra no templo, o cientista observa,

constata que aquela criatura triste não estava embriagado,

dava pra perceber que ele era uma pessoa instruída,

muitos o repugnavam, talvez até o expulsaria dali se fosse possível,

ele estava no fundo do poço, tristemente lamentava:

--- Ficarei aqui atrás, Senhor, sou um pecador miserável,

pois não sou digno de entrar na sua casa!

Dava pra notar os olhares inquisidores dos “fiéis”

pareciam que viam bem no interior do visitante ocasional,

viam os pecados, todas as suas faltas feitas em toda sua vida,

e o homem infeliz repugnava-se de si mesmo, insistia no perdão,

ele pelo contrário não via faltas nas muitas pessoas dali,

seu olhar era de admiração, além de pedir o perdão para si

intercedia a Deus, proteção a todos que estavam ali,

o cientista naquele instante, no incrível sonho parecendo real,

compreendia embevecido o valor inestimável da doação,

o ser humano quando deseja o bem ao seu semelhante,

ele se entrega de corpo e alma, quando intercede proteção,

germina a semente belíssima do amor nesta intenção,

então assim este ser agradaria aos Céus, ao Criador!...