sem palavras
Incrustado no meu castelo de ossos
Minhas palavras,
como morcegos com medo da luz
Sufocam.
E gravam suas garras no teto de minha boca
Minha língua
Está mal cheirosa
Das palavra escrementosas de solidão.
A luz da porta da caverna não me abandona.
Como um lobo
Que aguarda pacientemente a presa.
A lua
Vigia minhas palavras que
Despencam da caverna e se corroe
Nos ácidos gases
Que as desintegram como a neve ao sol
O lobo espreita,
A palavra
Treme
Ao imaginar suas garras
A dilacerar meu abandono.