O repouso da mente
(Por Onofre Ferreira do Prado)
O fenômeno acontece com bastante frequência comigo. Não sei se com a maioria das pessoas. Tem dia que não consigo escrever nada. É como se a inspiração tivesse para sempre fugido. Apesar da angústia incial, considero isto como fases de dormência da mente, do vazio da alma da gente. Quando ocorre tal fenômeno, não adianta insistir. Seria perda de tempo, uma inutilidade sem razão.
Com a experiência, descobri que é preciso dar um tempo à mente. Percebi que ela necessita de repouso, de silêncio para se refazer, organizar-se, reinventar, reencontrar o centro de equilíbrio. Antes, até me assustava, me angustiava. Hoje, porém, vejo o fato como uma normalidade. Depois de um tempo, quando menos se espera, a inspiração volta à baila; forte, vigorosa, como alimento para a alma. A partir daí, é só festejar o reencontro da mente com a inspiração, pela vibrante necessidade de exercitar o poder desta força criadora, já que ler e escrever são dois exercícios fascinantes: estimulam a autoestima, desanuviam as dores da alma, afastando-nos da solidão e das banalidades do mundo contemporâneo.
(Poetas como Charles Baudelaire, Arthur Rimbaud e Stephane Mallarmé são considerados alguns dos fundadores desta forma de poesia)