VOZES E SUSTOS
A cigarra canta a sua antiga canção agreste. E o vento – abusado – vai levando o estridente recado... Logo ali, no final do barbante do dia, a noite desce suas escuras pálpebras. Grilos, rãs e répteis chafurdam na memória do charco. À hora em que os homens urdem seus noturnos amores, trampas e vícios, a natureza ausculta a surda linguagem de inesgotáveis silêncios... E, alhures, alguns sustos entre os insetos, à luz da lua e dos pirilampos de verão...
– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.
http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/2768408