"VALSA COM AMOR"
Evaldo da Veiga
Lembro de minha juventude quando se dançava valsa
nas festas de formatura.
Que lindo. O formalismo até que pegava bem.
Os músicos em traje de gala,
em um rigor que não machucava, ao contrário,
dava uma certa pompa sem arrogância, sem máscaras, era ornamento ao amor.
A Valsa era dançada com o casal afastado em corpos.
Somente a alma e o desejo juntinhos e protegidos na invisibilidade.
Nos bailes dos sábados e nas domingueiras,
era diferente; dançava-se o Belero coladinho, naquele
arrebatamento de absoluto tesão.
Para fugir da denúncia do próprio corpo, quando
ia terminando a música, íamos para próximo da parede,
de costa para o salão; se tivéssemos de nos movimentar,
por razão maior, era a mão no bolso que camuflava o tesão.
As meninas lindas e molhadinhas não se preocupavam,
a umidade do desejo estava resguardada; era,
além da calcinha, a anágua e a saia, ninguém percebia
que a menina com carinha de Santa estava no cio,
no mais ardente tesão.
E era Santa mesmo, não fora aquele tesão lindo naquele
ar gracioso de busca do Amor?
evaldodaveiga@yahoo.com.br
Evaldo da Veiga
Lembro de minha juventude quando se dançava valsa
nas festas de formatura.
Que lindo. O formalismo até que pegava bem.
Os músicos em traje de gala,
em um rigor que não machucava, ao contrário,
dava uma certa pompa sem arrogância, sem máscaras, era ornamento ao amor.
A Valsa era dançada com o casal afastado em corpos.
Somente a alma e o desejo juntinhos e protegidos na invisibilidade.
Nos bailes dos sábados e nas domingueiras,
era diferente; dançava-se o Belero coladinho, naquele
arrebatamento de absoluto tesão.
Para fugir da denúncia do próprio corpo, quando
ia terminando a música, íamos para próximo da parede,
de costa para o salão; se tivéssemos de nos movimentar,
por razão maior, era a mão no bolso que camuflava o tesão.
As meninas lindas e molhadinhas não se preocupavam,
a umidade do desejo estava resguardada; era,
além da calcinha, a anágua e a saia, ninguém percebia
que a menina com carinha de Santa estava no cio,
no mais ardente tesão.
E era Santa mesmo, não fora aquele tesão lindo naquele
ar gracioso de busca do Amor?
evaldodaveiga@yahoo.com.br