Sonhos que alimentam...
Tenho saudade do tempo em que me alimentava de sonhos, achava que o mundo estava errado e vivia em função de modificá-lo.
Como era boa a adolescência e eu não fui capaz de perceber...
Era uma adolescente "aborrecente", revoltada com a sociedade, "bicho-grilo" geral!
Naquela época, "olhavamos para fora" e sonhavamos fazer 15 anos (ser moça), depois 18 (tirar a carta, entrar na "facú"), na minha época, fundamentais eram os 21 (eramos "de maior", podíamos tudo).
Casei-me aos 22, um ano após do achar que podia tudo (nem deu tempo de aproveitar!). Nove meses e uma semana depois tinha a Adele nos braços (era uma pós-adolescente cuidando de um bebê - coitada!).
Vieram a Bruna, o Victor, as dívidas, as brigas, as desilusões... Passei a olhar mais para dentro, perdi a capacidade de sonhar, mas não "despertei", pois ODIAVA o que via em mim, achava a vida inútil, vazia, não sabia porque tinha vindo, qual era minha missão aqui...vivia angustiada e depressiva.
Muitas quase separações, muitas voltas atrás pelos outros, muito desprezo por mim e um câncer, depois... descobri que ainda podia ser capaz de sonhar e, ao olhar para dentro, despertei, criei coragem, fui à luta, contra tudo e todos, resolvi me presentear, dar um voto de confiança a mim.
Me separei, assumi trilhões de responsabilidades, trabalho feito doida (em casa e fora dela), mas, hoje, posso dizer que Jung tem razão, é fundamental olhar para fora e para dentro, sonhar, mas nos conhecermos o suficiente para ser capazes de tornar os sonhos reais.