[À Senhora das Minhas Horas]

[Um canto assim, quase pastoral... quem escreve por alívio detesta classificações - eu apenas escrevo na Grande Rede!]

________________________________________

Matamo-nos... portanto, eu te imagino assim:

Tu te sentas no ponteiro das horas...

e ali, como se estivesses num balanço

comprido, de cordas amarradas

nos galhos das grimpas de um velho jatobá,

sorris, divertida [será?], com o passar das horas...

[Maldade... maldação minha?!]

Mal sabes que a estas mesmíssimas horas,

eu, cá de longe, estou sofrendo, penando,

com os cotovelos apoiados diante da "marelinha",

e o rosto afundado nas mãos espalmadas...

[perdido... perdido... perdido... morto!]

Não me recrimines... deixa-me,

estou só, perdi, não tenho mais nada,

e este é o jeito que eu tenho de viajar

até o castanho dos teus olhos,

até à tua voz macia, ao teu cheiro...

[A memória do desejo é louca, louca,

eu estou te sentindo agora!!]

O que mais pode querer de mim

a Senhora de [todas] as horas minhas?

Minhas? Nem sei... mais tuas que minhas!

[Penas do Desterro, 27 de janeiro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 27/01/2011
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T2756081
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.