O SILÊNCIO
AH! O silêncio imposto!
Aquele que tira a dignidade,
que fere alma,
joga no chão de joelhos
nos impede de gritar.
de chorar.
Aquele silêncio que transparece nos olhos grandes
mãos suadas, faces avermelhadas.
vontade louca de falar...
gritar verdades, responder injúrias,
mas guarda a verdade no peito,
que quase explode no sofrimento,
de pensamentos reprimidos,
molhados de lágrimas.
Humilhante consentimento!
que transparece nas mãos suadas,
nos sapatos rotos,
nas veste encardidas,
nos cabelos brancos.
Nada o quebra este monstro,
a cabeça baixa não se atreve,
assume a culpa de tudo,
não ha defesa apenas medo,
da vida dos insultos, da queda.
Olho este quadro ridículo,
terrivelmente deprimente,
sinto pena de quem se cala
de quem não conta com o dom
de falar com o papel.