PEQUENO PUNHADO DE PRAZER
Quem sou nesse exato instante, movimentos entrecortados e reflexivos não dão conta das possibilidades que me assaltam. Não posso ficar parado contemplando a sensação de nada fazer vendo o tempo passar. Minha vontade mesmo, é de correr para bem longe. Lá, bem antes, em tempos idos, podia esperar o quanto quisesse, tinha certeza de que tudo se resolveria. A urgência não me ensinou a pensar rapidamente mas, tão somente, a agir intempestivamente. Nunca soube ao certo, o lugar onde guardar as coisas, por isso sempre as “des/encontro” , e acreditem ou não,decidem quando como e onde, encontrá-las.
Nunca procurei o compasso real dos acontecimentos, considero-me atrasado em relação ao tempo, embora, saiba perfeitamente o que as pessoas desejem. Consigo pressenti-las e isso para mim é uma forma de furar a onda e, preferencialmente, não ficar é uma maneira discreta, de abrandar a fatal queda.
Fechar os olhos era também é uma forma de suavizar o desenrolar dos acontecimentos. Sinto que as pessoas olham e escutam, tenho a sensação de que uma invasão brutal está sempre acontecendo, o paradoxo é que não posso e nem quero fazer nada, me acostumei aos riscos, por um pequeno punhado de prazer.