Por que a arte a viajosidade é ganhar uma poesia épica de presente e responder à altura.





O anjo e a semideusa

Eu, pobre e desnudo anjo da escuridão, perfeitamente belo?
Perfeitamente belo e indescritível é a face que se esconde por trás da máscara que criastes, a expressão com a qual me encantastes, ó nobre e gloriosa semideusa do mundo de cinza e sombra! Agora me preencho com uma única e insistente pergunta: terei eu força suficiente para curar-te, mostrar-te tua divindade e supremacia perante as outras criaturas mortais? É meu único desejo: curar-te e poder servir-te por todas as eternidades dos segundos infinitesimais (aqueles onde me agracia com tua presença, tua força, teu sopro de vida e inspiração que ilumina a treva onde fui trancafiado). Nas outras eternidades onde tua ausência é mais que sincera, o único poder concedido a mim é orar pelo teu bem-estar enquanto conto cada milésimo de segundo até o por do sol, até ver sua silhueta majestosa perante meus olhos míopes e negros(tão negros quanto a máscara de ferro que tranca sua beleza). Ah! Mas hei de forjar instrumento qualquer, hei de quebrar essa máscara, hei de invocar a chuva curativa de lágrimas divinas! Sim, nem que o custo de tal ato seja a minha vida. O anjo da escuridão deitará sua alma aos seus pés, pois no intuito de servir-te para viver a teu lado, será agraciado com a morte do corpo e a vivência do espírito dentro de ti. E tu partirás minhas asas e usá-las-á como escudo! E o anjo caído terá a felicidade suprema de servir-te com a alma que já é tua, Alma dividida em nove, a serviço de uma grande semideusa que não admite a própria divindade, a sua única alegria será curar-te e fazer com que tu não dê nenhuma atenção às cicatrizes amargas, cicatrizes da máscara onde outrora estavas confinada.

De um reles anjo que mora no escuro para a majestosa semideusa do mundo de cinza e sombra.


Inspirado em um exótico e belíssimo lamento de uma semideusa.



By Dark, o Yang, em nome de nove polaridades.