Metamorfose

Eu nasci passarinho!

Virei gente só depois;

Acho que aos seis anos,

Quando senti, assustado,

Que me doutrinavam.

Lembro-me ainda

Da agonia das noites

Com o vôo proibido,

Da agonia das amarras,

Que me partiam as asas.

Dias difíceis aqueles,

Nos quais me tornei, forçado,

Um bípede qualquer,

Com uniforme azul e branco

E alguns cadernos inservíveis.

Luiz Vila Flor
Enviado por Luiz Vila Flor em 25/01/2011
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